quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Rio Verde

Rio Verde se destaca no Atlas da Violência

POR Jornal Somos | 06/08/2019
Rio Verde se destaca no Atlas da Violência

Redação Jornal Somos

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país. O Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019, que há diferenças enormes entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos.

 

Dentro da região Centro-Oeste, Goiás teve a maior taxa de mortes violentas, com 43,9%. Por outro lado, entre as capitais mais violentas, Goiânia aparece em 14º lugar, com uma diminuição de 19,5 pontos percentuais nas taxas de homicídios entre 2012 e 2017. Das capitais que mais reduziram as taxas de homicídio, duas estão situadas na região Centro-Oeste, são elas: Campo Grande (-28,5%) e Cuiabá (-26,3%).

 

Quanto à taxa estimada de homicídios para os municípios goianos com mais de 100 mil habitantes, Rio Verde aparece em penúltimo lugar. Aqui a taxa de homicídios é de 37,6, com 81 registros em 2017. No sul de Goiás, cidades menores, com cerca de 10 mil habitantes apresentam taxas muito maiores, como Maurilândia, com taxa de 97,2 homicídios.

 

De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, a diferença entre os municípios mais e menos violentos corresponde à diferença entre taxas do Brasil e da Europa. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico é mais parecido com os países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho.

 

O estudo mostra que houve um crescimento das mortes especialmente nas regiões Norte e Nordeste influenciado, principalmente, pela guerra do narcotráfico, a rota do fluxo das drogas e o mercado ilícito de madeira e mogno nas zonas rurais. O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará.

 

Em segundo lugar está Altamira, no Pará, onde houve o massacre no presídio (clique aqui). Em seguida vem São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do país. 

 

Em Santa Catarina ser um dos estados mais pacíficos, a taxa de homicídios em Florianópolis aumentou 70%, de 2016 para 2017.  Por outro lado, houve diminuição das mortes em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde há uma boa organização policial e a solução de homicídios é maior do que no resto do país.

 

Apesar do aumento da violência em algumas regiões, o estudo do Ipea identificou também que 15 unidades federativas tiveram redução no índice de criminalidade entre 2016 e 2017. O levantamento apontou que, entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Jaú é cidade menos violenta, seguida de Indaiatuba e Valinhos, todas em São Paulo. No ranking dos 20 municípios menos violentos, 14 são paulistas. Nas cidades menos violentas, os indicadores de desenvolvimento humano são mais parecidos com os países desenvolvidos.

 

Os desafios no campo da segurança pública no Brasil são enormes, na avaliação do coordenador do estudo. A solução, sugerida pelo estudo conjugaria três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, o planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade. Em segundo lugar, a qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva. Por fim, o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.

 

 

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