sexta-feira, 26 de abril de 2024

Rio Verde

Na pauta de combate: assédio

POR Jornal Somos | 19/02/2020
Na pauta de combate: assédio

Helena Sbeghen / Universa

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O assédio contra mulheres é um assunto que está sendo muito pautado ultimamente. Infelizmente, o tema vem à tona em razão da grande quantidade de casos em seus diversos modos. Por outro lado, a sociedade passa por uma fase de constantes questionamentos, onde fatalidades como o assédio ganham mais visibilidade.

 

No fim de janeiro, o assédio em meios de transportes públicos foi comentado nacionalmente após uma adolescente de 17 anos descobrir que foi filmada no momento do abuso e que o vídeo estava em um site de pornografia. A jovem, que fazia um trajeto de ônibus para ir estudar quando foi abusada, registrou queixa na Polícia Civil e relatou o crime em suas redes sociais, que acabou viralizando na internet.

 

Outros casos que também chamaram atenção, logo no início deste mês de fevereiro, foram os abusos ocorridos nas festas do reality show Big Brother Brasil (BBB), transmitido pela Rede Globo. Primeiramente, o participante Petrix Barbosa (leia mais sobre o caso), e agora, Pyong Lee: ambos foram acusados, pelos telespectadores, de assediar participantes.

 

 

O assédio traz muitos malefícios para a vida da vítima. Segundo a psicóloga da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Rio Verde, Divanete Gois, estes prejuízos podem ser tanto orgânicos quanto psíquicos, desencadeando doenças psicossomáticas, como dores de cabeça, no estômago, no corpo, náuseas e até mesmo dificuldade em realizar tarefas simples do dia a dia.

 

Buscar apoio psicológico é de extrema importância, pois auxilia a mulher a lidar com o trauma sem que ele evolua para um quadro patológico, sendo possível acompanhar, juntamente com o profissional, o desenvolvimento de seu estado emocional.

 

Para Divanete, quando a experiência traumática se transformou em doença é quase impossível de superar sem a ajuda de um profissional. “Quando já se tornou patológico a mulher, sozinha, não consegue [superar] porque os pensamentos ficam recorrentes na mente”. Entretanto, se a mulher conseguir lidar com os fatos e não ficar presa na vivência deles, ela pode livrar-se do trauma.

 

 

Grande parte das vítimas que não utilizam o auxílio do psicólogo buscam se inserirem em outras atividades, como esportes, lazeres e religião/espiritualidade. Mesmo sendo possível, não é fácil superar um assédio sem a ajuda capacitada. “Quero ressaltar que a mulher consegue sair sozinha quando ela tem um grande poder de resiliência e quando o quadro não evoluiu para uma patologia. [...] Ela consegue sair sozinha se ela se enquadra com forte potencial de resiliência”, afirma a psicóloga do DEAM.

 

Tão importante quanto buscar apoio profissional é denunciar o assédio sofrido no órgão responsável, isto é, em uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher ou até mesmo no disque 100 e 180. Apesar de toda a insegurança, medo e vergonha após sofrer um abuso, a vítima deve efetivar a denúncia para que o caso possa ser investigado.

 

A violência contra a mulher é uma temática incômoda, porém necessária, por mostrar às vítimas que é preciso quebrar o silêncio por meio de denúncias e busca por auxílio.

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