sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Durante a Dinastia Tang, na China, foi criado um meio de tortura que perdurou até a sua abolição, em 1905. Se trata de Lingchi, mais conhecida no Brasil como "Morte por mil cortes". O método brutal era usado geralmente na época de guerra civil, quando espiões eram descobertos e deviam ter uma morte dolorosa. Para isso, eram usadas facas com lâminas finas e afiadas para a realização de diversos golpes que debilitavam parte do corpo do adversário. Normalmente a morte era causada por hemorragia ou falência de órgãos.
Segundo Krissy Howard, pesquisador do site All That is Interesting, geralmente os cortes começavam pelo peito, onde a pele e os músculos eram meticulosamente removidos até que as costelas ficassem praticamente expostas. Depois, o “açougueiro” prosseguia para os braços — cortando bons pedaços de carne fora — e, por último, o foco passava a ser as coxas do infeliz sendo executado.
Quando o método foi criado, receberam tal castigo aqueles que cometeram crimes contra o sistema de valores morais tais como atos de traição, assassinato em massa, parricídio ou o assassinato de um mestre ou patrão, porém imperadores utilizaram este método constantemente para ameaçar as pessoas, como forma de impedir delitos menores. Alguns imperadores também fizeram uso desta punição para membros traidores da família e seus inimigos. O processo envolveu a subordinação da pessoa a ser executada numa armação de madeira, geralmente em um lugar público. A carne do corpo er,a então, cortada nas várias fatias.
De acordo com o princípio confucionista da piedade filial, ou Xiao, para alterar o corpo de alguém ou cortá-lo seria necessário violar as exigências do Xiao. Além disso, cortar um corpo em pedaços significava que o corpo da vítima não seria um "todo" em uma vida espiritual após a morte.
Geralmente a tortura era finalizada com um corte certeiro na garganta ou uma facada no coração. Se o crime tivesse sido de menor gravidade ou o carrasco misericordioso, o primeiro corte seria o fatal, diretamente na garganta, sendo que, os cortes subsequentes serviriam apenas para desmembrar o cadáver. O golpe de misericórdia era mais certo quando a família podia pagar um suborno para infligir uma facada no coração em primeiro lugar.
Alguns imperadores ordenavam três dias de corte, enquanto outros podiam ter ordenado torturas específicas antes da execução, por variados períodos. Por exemplo, os registros mostram que durante a execução, Yuan Chonghuan ficou gritando durante meio dia e depois o som parou. A carne das vítimas também podia ter sido vendida para a medicina chinesa.
Fotos antigas como a abaixo mostram a tortura sendo realizada em uma praça pública:
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