quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Mais uma criança foi ouvida pela Polícia Civil de Caiapônia. Ela seria vítima de abuso sexual pelo líder de uma seita durante rituais. O suspeito foi preso na última sexta-feira (4), após a deflagração da Operação Anjos da Guarda 2, que investiga o caso. Até agora já são quatro crianças envolvidas.
Segundo o delegado responsável, Marlon Souza, a criança é neta da mulher de 49 anos envolvida na seita, que já foi presa. De acordo com as investigações ela levava as crianças aos rituais e era cúmplice dos abusos, tidos como forma de "sacrifício para enriquecer financeiramente".
A avó paterna da criança foi quem a levou à delegacia. Ela teria desconfiado do comportamento da menina quando quando o líder da seita apareceu em reportagens televisivas. De acordo com a mulher, a menina teria entrado em pânico após ouvir a voz do homem. Agora a criança passará por acompanhamento psicológico.
Outra vítima, de 13 anos, disse que os abusos foram presenciados por uma prima de 7 anos de idade, que acabou também sendo vítima. Esta declaração foi de extrema importância para descaracterizar o vídeo gravado neste sábado (5), em que o marido da avó que foi presa diz ser o autor dos abusos.
Um diário que continha os relatos detalhados dos estupros foi apreendido pela Polícia Civil. As outras crianças de 7 e 10 anos contaram ser ameaçadas pela avó e pelo homem. A avó disse a elas para acusarem seu marido caso os abusos fossem descobertos.
O líder da seita, que está detido na Cadeia Pública de Caiapônia teria escrito uma carta dizendo que cometeria suicídio. Foi confirmado que a avó manteria um envolvimento extraconjugal com o homem, e foi levada para acalmá-lo.
O suspeito foi encaminhado para uma cela isolada e sem contato com qualquer objeto que possa ajudar no suicídio. O delegado conta que, em uma conversa informal, o homem confessou os abusos, mas durante oitiva ele utilizou o direito constitucional ao silêncio, bem como o de negar os crimes.
Tanto o líder da seita quanto a avó das meninas foram autuados por estupro de vulnerável. A pena é de até 15 anos de prisão por cada vítima.
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