sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
No início madrugada desta segunda-feira (24/10), o ex-deputado Roberto Jeferson (PTB) chegou ao Presídio de Benfica, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. A chegada ocorreu cerca de 14 horas, após Roberto receber voz de prisão da Polícia Federal (PF) e de reagir a tiros e granada, na manhã de domingo (23).
Ainda nesta segunda, havia a previsão de transferência, no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Foram 14 horas de tensão desde o ataque aos agentes, por volta das 11h de domingo e à chegada a Benfica, às 1h15 desta segunda. Leia mais sobre o ataque.
O ex-deputado atacou policiais federais que foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio, para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando os agentes da PF chegaram, Jefferson jogou três granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, que ocorreu às 19h.
O mandado de prisão, inicialmente, havia sido expedido por Moraes por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. O ministro depois mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.
Foram descumpridas várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e segurança do STF e seus ministros, como ofender a ministra Cármen Lúcia.
O presidente Jair Bolsonaro repudiou as ofensas a Cármen e a ação armada, porém criticou o inquérito do STF e determinou a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao local. De acordo com o colunista Valdo Cruz, o próprio Roberto Jefferson, havia pedido a presença do ministro.
Apoiadores de Jair Bolsonaro foram para a porta da casa de Roberto Jefferson e hostilizaram a imprensa que estava no local. Um repórter cinematográfico foi agredido.
Após a prisão do ex-deputado, Moraes postou mensagem no Twitter.
"Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", publicou o ministro do Supremo.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse: "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio.”
A prisão de Roberto Jefferson foi determinada por Alexandre de Moraes.
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal disse ser “totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais”.
Bolsonaro e Lula se manifestam
Os candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se manifestaram sobre o caso em suas redes sociais.
Bolsonaro repudiou as ofensas e o ataque contra a PF, porém criticou o STF na mesma frase.
"Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", escreveu Bolsonaro no Twitter.
Lula criticou Roberto Jefferson e disse que Bolsonaro estabeleceu uma "parcela raivosa" na sociedade do país.
"A gente nunca viu uma aberração dessa, uma ofensa dessa, uma cretinice dessa que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, e que espalha fake news o dia inteiro, sem se importar se o filho dele está ouvindo a mentira ou não. É desrespeito pela sociedade", disse Lula.
Nota da Polícia Federal
"A Polícia Federal informa que concluiu na noite deste domingo (23/10) o cumprimento de decisão judicial expedida pelo Supremo Tribunal Federal, no município de Levy Gasparian, no estado do Rio de Janeiro.
A prisão foi cumprida após intensa negociação entre a Polícia Federal e o investigado, que ofereceu resistência inicial ao cumprimento da decisão judicial com o uso de arma de fogo e explosivos.
Durante a diligência, dois policiais federais ficaram feridos por estilhaços de granada lançada pelo alvo. Eles foram prontamente atendidos, tiveram ferimentos leves e seguem sendo acompanhados pela PF.
Além da prisão judicial, o investigado também foi preso em flagrante sob a acusação, inicial, de tentativa de homicídio, sem prejuízo de eventuais outros crimes cometidos durante a ação.
A perícia técnica criminal foi acionada e o local de crime já está sendo periciado, inclusive a residência do alvo. O preso foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para lavratura do auto de prisão em flagrante e demais formalidades decorrentes do cumprimento da ordem judicial.
A Polícia Federal reafirma que agiu com toda a técnica e protocolos exigidos para a resolução de crises, culminando com a rendição do preso."
Nota da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal
"A Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudia veementemente o ataque sofrido por policiais federais durante o cumprimento de mandado de prisão, neste domingo (23/10), na casa do ex-deputado Roberto Jefferson, no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.
É totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal.
A ADPF estima pela pronta recuperação dos policiais federais vítimas desse absurdo atentado. Os Delegados Federais vão acompanhar vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável pelas agressões."
(Com informações do G1)
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De acordo com a presidente da equipe, Kenia Leite, o objetivo é figurar entre as 5 melhores equipes da competição.