quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Reprodução/Marcelo Parreira
Um vídeo surpreendente vem chamando a atenção das pessoas nas redes sociais e na comunidade científica. As imagens mostram uma sucuri-verde, também conhecida como anaconda, regurgitando outra cobra da mesma espécie. O registro foi feito pelo pecuarista e pescador esportivo Marcelo Parreira, em uma represa de uma usina hidrelétrica, entre Itarumã e Caçu no sudoeste de Goiás, e está sendo analisado pelo renomado Instituto Butantan.
A sucuri, que mede cinco metros de comprimento, foi flagrada por Parreira durante uma de suas pescarias na região. Surpreso com o tamanho da serpente, ele decidiu registrar o momento e compartilhá-lo no YouTube. O vídeo viralizou rapidamente, conquistando mais de um milhão de acessos.
Marcelo Parreira, que pesca na região há cerca de oito anos, disse que, ao sair da água, a serpente passou muito perto de seu barco, que tem seis metros de comprimento. "Tinham poucos centímetros de diferença. A sucuri parecia saudável e era muito bonita", relembra Parreira.
Nas imagens capturadas, é possível observar a anaconda se movendo lentamente após se alimentar. Repentinamente, ela abre a boca, revelando a cabeça de outra cobra. "Fiquei sem entender o que estava acontecendo, ela tinha engolido e regurgitado uma cobra que também era muito grande", relata Parreira.
Diante desse comportamento peculiar, os pesquisadores do Instituto Butantan estão formulando hipóteses para explicar o ocorrido. Uma das possibilidades é que a escassez de recursos alimentares durante o período de reprodução possa ter levado ao canibalismo entre as cobras. "A falta de presas adequadas pode ter feito com que a sucuri se alimentasse por necessidade", explica Otávio Marques, professor do Instituto Butantan ao G1.
Selma Almeida Santos, pesquisadora do mesmo instituto, também menciona a possibilidade de a cobra regurgitada ser um macho, envolvido no processo de cortejo da fêmea. Durante o acasalamento, várias sucuris macho se aglomeram ao redor de uma única fêmea, competindo por uma melhor posição. "É provável que esse macho solitário estivesse cortejando a fêmea e tenha se tornado uma presa fácil, tendo muita sorte de sobreviver", destaca a pesquisadora.
Além disso, o ato de defesa também pode ser uma explicação possível no mundo da ciência. "A sucuri pode ter se sentido incomodada com as investidas da fêmea e atacou a outra cobra como forma de defesa. Todas essas teorias serão analisadas em detalhes", explica Selma.
O vídeo de Marcelo Parreira se tornou uma ferramenta valiosa para a compreensão das anacondas, e as descobertas resultantes desse estudo terão um impacto significativo na preservação dessas espécies e do ecossistema amazônico como um todo. Marcelo compartilha sua empolgação: "É incrível para mim. Filmei sem pretensão e agora estou colaborando com um estudo tão importante. Simplesmente fantástico", finaliza.
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