quarta-feira, 08 de maio de 2024

TJGO pede apuração por Corregedoria de juiz em Santa Helena sobre frase polêmicas em sentença

POR | 29/09/2021
TJGO pede apuração por Corregedoria de juiz em Santa Helena sobre frase polêmicas em sentença

Imagem: Arquivo/TJ-GO

A

A Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) deve investigar o comportamento de um juiz de Santa Helena de Goiás após pedido enviado e assinado pelo presidente do Tribunal, desembargador Carlos França. O motivo foram as declarações feitos pelo magistrado em uma sentença, afirmando que antigamente, “um homem se relacionar com ‘putas’ era considerado fato de boa reputação” e lamentando que os tempos tenham mudado, passando a ser um fato ofensivo, segundo o juiz.

 

 

O caso viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (28/9) e as declarações foram feitas em uma sentença sobre uma queixa-crime de um homem contra uma mulher que o acusou de usar drogas na companhia de prostitutas. “Lamentável como os tempos mudaram! Agora virou ofensa! Tempos sombrios!”, completou. O autor acusava a ré de injúria, difamação e calúnia, entretanto apesar da descrição do Juiz, ele rejeitou a ação dando causa à mulher.

 

 

Após a repercussão do caso, o TJGO publicou uma nota em que afirma que a questão será apurada devido ao clamor popular e aos termos utilizados pelo magistrado. O desembargador assinou e publicou a nota abertamente através dos canais do TJ-GO, escrevendo que "os termos ou palavras utilizados em um pronunciamento judicial potencialmente agressivos à moral pública, a pessoas ou a poderes ou seus representantes podem ensejar apurações na esfera administrativa para verificar a presença ou não de violação ao Código de Ética da Magistratura Nacional".

 

 

O presidente ainda explicou que a investigação pode ocorrer, mesmo que o meio processual adequado para questionar decisões judiciais seja o recursal e que o magistrado tenha independência funcional, garantida no art. 41 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

 

 

Leia a nota na íntegra abaixo:

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás tem recebido, durante todo o dia, incontáveis questionamentos, além da ampla repercussão nacional sobre sentença proferida pelo juiz de direito da Comarca de Santa Helena de Goiás, Dr. Thiago Brandão Boghi.

Diante disso, a Presidência do TJGO esclarece que, embora o meio processual adequado para questionar decisões judiciais seja o recursal e tenha o magistrado independência funcional garantida no artigo 41 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional, os termos ou palavras utilizados em um pronunciamento judicial potencialmente agressivos à moral pública, a pessoas ou a Poderes ou seus representantes podem ensejar apurações na esfera administrativa para verificar a presença ou não de violação ao Código de Ética da Magistratura Nacional. Assim, diante dos inúmeros questionamentos, e considerando os termos utilizados na decisão judicial amplamente divulgada, a Presidência do TJGO encaminhará o assunto à Corregedoria-Geral da Justiça, órgão responsável pelas apurações de condutas de magistrados de 1º grau.

Desembargador Carlos França

Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás

 

Jornal Somos

Jornal Somos

Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.

COMPARTILHE: