quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Este é o primeiro caso em que processo administrativo gera desligamento de docente em razão de supostos assédios sexuais. Segundo presidente da Adufg Sindicato, as denúncias foram registradas simultaneamente.
Com quatro denúncias de assédio sexual registradas, o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Américo José dos Santos Reis, foi o primeiro docente a ser demitido pela instituição em razão desse tipo de acusação. Dados da Coordenação de Processos Administrativos da UFG expõem a quantidade de processos instaurados pela universidade entre 2013 e 2018. Até o momento 65 procedimentos foram iniciados. Assédios morais lideram a lista com 48% dos registros, seguido de assédio sexual (34%) e discriminação (18%).
Com nove anotações, o ano de 2017 foi o campeão de registros de assédio sexual, três a mais que em 2016. Apesar do desligamento do professor, neste ano ainda não foram iniciados processos do gênero. Até o momento, processos resultaram em um desligamento, duas suspensões, duas advertências, quatro aberturas de processos administrativos e oito arquivamentos. Quatro pessoas ainda aguardam julgamento e há três processos em andamento para apurar casos de assédio sexual.
A diretoria ou comunicação da universidade Federal de Goiás não se pronunciou. Procurado, o professor também afirmou que não irá se manifestar. No entanto, segundo o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais (Adufg Sindicato) Américo ingressou na UFG em 12/03/2004 e as denúncias foram registradas em 2012, de forma simultânea.
Conforme explica Flávio Alves da Silva, presidente da entidade, o caso foi acompanhado pela Adufg Sindicato. “Acompanhamos todos os processos e pela primeiravez a UFG optou pelo desligamento. É uma situação lamentável e, de fato, repudiamos esse tipo de conduta realizada por pessoas com alto grau de instrução”. Para ele, que também é docente da Escola de Agronomia, a UFG tem uma atuação aquém do esperado em casos de abuso. “O grande mal do serviço público é o corporativismo, que é você defender cegamente os seus. Não concordo com isso. Quem errou tem que pagar, desde que haja comprovação e direito a ampla defesa. Não só a UFG, mas todas as instituições, públicas ou privadas, precisam tomar atitudes mais enérgicas em relação a esse problema, que é repugnante e não deve existir em lugar nenhum, afinal, não é não”.
Estupro
Um caso de estupro supostamente praticado por um professor da Medicina Veterinária da UFG contra uma aluna de Jataí também ganhou repercussão. O caso estimulou até o início de um inquérito civil para apurar omissões da universidade.
Segundo denúncia do Ministério Público Federal, o crime foi praticado em dezembro de 2016, embora os assédios sexuais tenham ocorrido desde agosto, presencialmente ou por mensagens via Whatsapp.
O estupro ocorreu na madrugada do dia 4 de dezembro de 2016, em um apartamento onde a vítima, o professor e outros estudantes estavam hospedados para participar de um congresso na capital.
Fonte Mais Goiás
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