quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Sojicultores do sudoeste de Goiás, principal área produtora do Estado, têm segurado vendas da safra 2018/19 devido às incertezas sobre custos dos fretes e apostando em preços melhores, diante de uma colheita menor no Brasil após o tempo adverso.
Quarto maior produtor do país, Goiás deve produzir 11,3 milhões de toneladas de soja neste ciclo, queda de mais de 4% em relação a 2017/18, conforme o levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Assim como ocorreu em outras regiões brasileiras, a menor produção deve-se ao tempo quente e seco desde o final do ano passado, gerando produtividades desuniformes em Estados do Centro-Oeste. Produtores relataram que estão atentos ao tamanho efetivo da quebra de safra no país para ver se haverá alguma reação nos preços da commodity.
Alguns produtores afirmaram que já venderam antecipadamente mais de metade da safra, mas agora estão de olho numa eventual reação dos preços.
Atualmente, as referências de preço para a saca de soja em Goiás estão em torno de 66 reais, segundo dados do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária do Estado (Ifag).
Mas produtores já venderam parte da safra atual a valores mais altos no segundo semestre do ano passado, quando a guerra comercial entre EUA e China estava mais acirrada. Isso explica as vendas mais lentas agora.No ano passado, o produtor goiano viu a saca acima de 80 reais, em alguns momentos, segundo dados do Ifag, centro de estudos do setor no Estado.
Para outros produtores, não é só o preço que retarda a comercialização. Desde meados do ano passado, como resposta à histórica greve de caminhoneiros, o transporte de cargas no Brasil é regulado por uma tabela de fretes mínimos, medida criticada pelo setor produtivo, que cita aumento de custos.
Na mesma linha, Waner Dias Rodrigues, coordenador de Negócios da Caramuru em Rio Verde (GO), afirmou que os negócios de produtores com a empresa estão mais tímidos até agora.
"O produtor está retraído devido às baixas produtividades... Acredito que, quem conseguir segurar, voltará a vender depois de abril, maio, quando as perdas já estarão consolidadas", comentou, acrescentando que a unidade da Caramuru no município do sudoeste goiano mantém a meta de movimentar neste ano 80 mil toneladas de soja, tal como em 2018.
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