terça-feira, 16 de abril de 2024

Polícia Civil inicia oitiva dos três adolescentes que planejavam atacar escolas em Montividiu

POR Ana Carolina Morais | 02/06/2021
Polícia Civil inicia oitiva dos três adolescentes que planejavam atacar escolas em Montividiu

Jornal Somos / Camilla Paes

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A 8ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Rio Verde iniciou a oitiva dos três adolescentes de 17 anos que planejavam atacar escolas do município de Montividiu. A apreensão dos jovens nesta quarta-feira (2) foi possibilitada pelas investigações iniciadas após a Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) localizar mensagens trocadas pelos menores no Facebook, onde foi identificado o planejamento e divisão de tarefas que ocorreria entre os integrantes nos ataques terroristas em escolas públicas.

 

 

Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão, deferidos pelo Poder Judiciário de Montividiu, na zona urbana e rural da cidade, durante esta manhã de quarta (2). Além da apreensão dos três menores, ainda foram apreendidos armamentos de fogo de alto calibre, simulacro, facas, punhais táticos, soco inglês.

 

 

“A ideia era juntar armas de fogo, armas brancas e até gasolina para esses ataques. Não havia data planejada para os ataques, mas os jovens estavam incomodados com a ausência das aulas, com as escolas fechadas em razão da pandemia, o que poderia atrasar a execução do plano. Várias mensagens foram trocadas, todas no intuito de realizar o massacre e praticar o suicídio depois”, explicou o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso.

 

 

O inquérito será concluído pela Polícia Civil dentro do prazo de 30 dias, uma vez que não há ninguém preso e o ato em si ainda não havia ocorrido, pois os adolescentes estavam na fase preparatória de um eventual terrorismo. Diante desse cenário, o delegado informou que os jovens poderão ser responsabilizados em conformidade ao que foi encontrado em suas residências, como posse ilegal de arma de fogo, por exemplo, devido aos armamentos localizados durante busca e apreensão.

 

 

“Não existe informação sobre ligação a grupos terroristas, racistas ou nazistas durante a investigação. Em algumas mensagens, eles falam que estavam esperando as escolas reabrirem para executar o plano, que estão fechadas por causa da pandemia”, esclarece Candeo.

 

 

 

 

Até o momento, somente um adolescente foi ouvido. Segundo o delegado, o jovem confirma ter conversado com os outros suspeitos pelas redes sociais sobre o ataque, mas que não teria coragem de executá-lo. O pai dele disse na delegacia que o filho está em depressão e toma remédios, enquanto a mãe, que chegou a tentar esconder o filho, alegou que o garoto possui problemas de convivência, que tem depressão e passava muito tempo fechado em seu quarto.

 

 

“A mãe tentou escondê-lo durante a presença da polícia, dizendo que o quarto em que ele habitava era trancado, que ela não tinha as chaves. Os policiais, obviamente, desconfiaram da alegação da mãe. Ela disse que ele não estava em casa, mas isso é instinto de mãe, é natural que aconteça. Os policiais acabaram abrindo a porta e encontrando o menor lá dentro. Aí a mãe acabou alegando que é em por conta dos problemas que esse garoto tem em relação a convivência”, revelou o delegado.

 

 

Quanto aos outros dois suspeitos que ainda não foram ouvidos, a autoridade policial informou que “não é muito possível identificar esse tipo de comportamento [depressivo]”, mas que apesar disso, essa constatação só será realizada após a oitiva dos adolescentes.

 

 

“Esses jovens, como característica desse tipo de infração, são pessoas trabalhadoras, sem antecedentes criminais, pessoas honestas, pessoas sem nenhum problema com a justiça. Tanto que nas mensagens, em momento algum eles falam de roubar armas. Eles falam em trabalhar para comprar armas. É um perfil completamente diferente daquele que a polícia é acostumada a enfrentar”, destacou Adelson Candeo.

 

 

(Com informações da Polícia Civil de Goiás – 8ª DRP de Rio Verde, do G1 Goiás e do Olha Goiás)

 

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