A primeira cultivar de soja com tolerância ao ataque de percevejos foi registrada pela Embrapa e estará disponível no mercado nas próximas safras. Ela foi desenvolvida por meio do melhoramento genético tradicional, tem elevado potencial produtivo e suporta o dobro do ataque de percevejos, sem reduzir o rendimento. Essa soja apresenta genes de resistência ao ataque do percevejo marrom (Euschistus heros).

O Percevejo marrom (Euschistus heros) é uma das principais pragas da cultura da soja, devido aos danos causados e dificuldade no controle. Atualmente, o controle mais utilizado é o químico (inseticidas), porém os produtos registrados estão restritos a poucos mecanismos de ação. A criação de novas ferramentas são importantes para o manejo integrado de pragas (MIP) de forma que reduza a aplicação de inseticidas e o custo de produção sem prejudicar a produtividade.

De acordo com Me. Estevão Rodrigues, agrônomo,professor de Entomologia e Manejo de Pragas do Curso de Agronomia da Faculdade Objetivo, essa nova cultivar traz benefícios. “Mais uma ferramenta para o manejo da praga, menos perda de produtividade causados pelo percevejo, redução das aplicações de inseticidas e mantém a presença dos inimigos naturais no ambiente de produção. A biotecnologia (resistência genética de plantas) é a ferramenta mais eficiente e econômica dentro do Manejo integrado de pragas (MIP), assim, o investimento é lucrativo”.

Além do percevejo, ele afirma que o produtor passa por outros problemas. “A agricultura é uma indústria a céu aberto. O produtor enfrenta desde o início grandes problemas, principalmente relacionados ao clima com a incerteza de quando vai iniciar a chuva e se não vai faltar em algum período durante o desenvolvimento da cultura. As plantas daninhas de difícil controle quando não são manejadas corretamente, comprometem o plantio, onde atrapalham o desenvolvimento da cultura, criando competição por água, luz e nutrientese pragas remanescentes de cultivos anteriores (Percevejosos, lagartas) ou pragas que tem ocorrência diretamente relacionada a fatores climáticos como (Lagarta Elasmo)”.

A pesquisa envolveu as equipes que atuam com melhoramento genético e entomologia. Os resultados mostraram que as plantas desenvolvidas apresentaram alta produtividade, mesmo quando atacadas por percevejos. Os dados afirmam também que, atualmente, a resistência da soja é de dois percevejos por pano de batida. A nova soja consegue suportar, pelo menos, o dobro de percevejos, sem registro de problemas.

Fonte Agência Brasil