quarta-feira, 14 de maio de 2025
Foto: Reprodução G1
A Justiça de Goiás determinou o afastamento temporário, por 90 dias, do prefeito de Pontalina, Edson Guimarães de Faria (MDB), acusado de improbidade administrativa. A decisão liminar foi proferida pela juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, após ação civil movida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que aponta o uso indevido de bens públicos para benefício pessoal do prefeito.
Segundo a denúncia, Edson teria determinado que a fábrica de pré-moldados da prefeitura confeccionasse aproximadamente 1,5 mil mourões de concreto, utilizando mão de obra e estrutura pública, durante o horário de expediente. O material, avaliado em cerca de R$ 120 por unidade — totalizando um enriquecimento ilícito estimado em R$ 150 mil — teria sido destinado à Fazenda Jambreiro, de propriedade do prefeito, localizada na GO-040. Os mourões seriam utilizados no cercamento de uma plantação de 5 mil mudas de pitayas.
O MPGO argumenta que a fábrica de pré-moldados é voltada exclusivamente para atender demandas públicas, como obras em escolas, praças, calçadas e demais estruturas municipais. O promotor de Justiça Danilo Guimarães Lima, responsável pelo caso, ressaltou que essa não seria a primeira vez que o prefeito busca vantagens pessoais com o uso de bens do município.
Além do afastamento de Edson por 90 dias — prorrogáveis por igual período — a juíza também determinou a busca e apreensão dos mourões tanto na fazenda quanto na fábrica municipal. A decisão, no entanto, não implica em prejuízo na remuneração do prefeito durante o período.
A defesa de Edson Guimarães nega qualquer ilegalidade e afirmou à imprensa que irá recorrer da decisão. Segundo nota, a denúncia teria sido baseada em acusações feitas por apenas dois vereadores da oposição e estaria “repleta de inverdades”. A defesa também argumenta que a fábrica de pré-moldados da prefeitura presta serviços à comunidade há mais de duas décadas e que os materiais usados na fabricação dos mourões foram comprados pelo filho do prefeito, o produtor rural Varês Freitas Faria.
Ainda segundo a assessoria do prefeito, as mudas de pitaya cultivadas na propriedade seriam doadas à Secretaria Municipal de Agricultura, com o intuito de fomentar a produção da fruta e gerar renda a pequenos produtores da região.
Apesar da gravidade das acusações, a Câmara Municipal de Pontalina rejeitou, por sete votos a três, a abertura de um processo de cassação contra o prefeito. A proposta foi apresentada pelo vereador Renato Cassimiro (PSDB), durante sessão realizada nesta segunda-feira (12).
Durante o afastamento, a vice-prefeita Joana Darc de Godoi (PP) assumirá interinamente a administração municipal.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.