quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Imagem: Jornal Somos
Às 13h deste sábado (05), as Polícias Civil, Militar e a Companhia de Policiamento Especializada (CPE), apresentaram as informações atualizadas do caso de assassinato do advogado Cássio Bruno Barroso, de 48 anos, na última quinta-feira (03) quando saia do escritório de advocacia localizado na Avenida Barrinha. Cinco tiros acertaram a vítima, um nas costas e outros quatros no flanco esquerdo abaixo da coluna.
Segundo a Polícia Militar, quatro envolvidos foram presos em flagrante — três homens e uma mulher — em uma operação conjunta com as forças de segurança de Goiás e de Mato Grosso. Os suspeitos foram interceptados em Nova Xavantina–MT, município a cerca de 490 quilômetros de Rio Verde–GO.
A investigação policial aponta que o veículo utilizado no crime é clonado, sendo abandonado pouco tempo depois, da execução do advogado, cerca de três minutos, de acordo com o levantamento da Polícia Civil, em um posto de gasolina de Rio Verde. Nas imagens verificadas pelos militares é possível ver que outro carro aparece para dar suporte na fuga dos suspeitos.
A Polícia Militar, conseguiu identificar o carro utilizado no crime e fez a investigação voltada para o caminho inverso até chegar na localização do carro de apoio. “[Os suspeitos se deslocaram] inicialmente para Jataí–GO onde nossa equipe conseguiu identificar o local onde eles abasteceram e posteriormente, através de um trabalho de monitoramento, conseguimos identificar a passagem deles por Caiapônia até chegar em Nova Xavantina”, contou o Tenente-Coronel Ribeiro.
Os militares também informaram que o abastecimento em Jataí foi feito via PIX por um dos suspeitos preso. “Diante do deslocamento dele, jogamos no Google Maps e vimos que eles estavam se deslocando através do aplicativo e indo em direção já a Mato Grosso”, explicou o Tenente-Coronel da Polícia Militar de Rio Verde Euler Filho.
Segundo o delegado Danilo Fabiano, da Polícia Civil, os suspeitos já tem histórico criminal. “Uma delas, inclusive, já foi presa por homicídio, foragido do presídio. Outras duas, sendo o pai e o filho, são indiciados em outro homicídio de pistolagem no estado do Mato Grosso, demonstrando que eles são pessoas de alta periculosidade que vieram para a cidade, fizeram um planejamento da morte do advogado, e consequentemente naquele dia, eles executam ele de maneira muito fria e muito cruel”.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Adelson Condeo, os suspeitos pertencem a mesma família e estavam monitorando a vítima, desde agosto deste ano e que agora, com as informações coletadas, não há dúvida que a motivação do crime foi por razões ligadas a profissão de Cássio já que ele advogava na área do agronegócio. “Inclusive há informações de que esses autores, pai e filho, essa família, agiu por interesse próprio por ser parte de um processo, em que o advogado, a vítima patrocinava a parte contrária”.
Adelson ainda afirma que o mentor intelectual do crime é o pai de um dos executores, que não chegou a vir para Rio Verde, mas foram encontradas na casa dele, a arma de fogo — possivelmente utilizada no crime — e toda uma estrutura “para se monitorar uma vítima potencial do bando, da quadrilha”.
Com os suspeitos, a Polícia Civil, também apreendeu drones, contendo imagens, feitas no mês de setembro muito próximas do escritório da vítima. “Então é possível constatar que eles se encontravam aqui [em Rio Verde] pelo menos desde o dia 18 de setembro para monitorar essa vítima”.
Na casa dos suspeitos em Nova Xavantina, também foram encontrados rastreadores veiculares. “É preciso dizer que neste caso específico, o veículo da vítima não tinha rastreador, entretanto, ela havia trocado de veículo nos últimos dias e ainda não foi observado o veículo anterior onde a vítima se encontrava para saber se havia nele um rastreador”, diz o delegado.
De acordo com a Polícia todos os suspeitos negam a prática do crime. As investigações apontam que mais pessoas podem estar envolvidas no assassinato.
O presidente da OAB Subseção de Rio Verde, Alessandro Gil, também participou da coletiva. Ao falar do caso e do empenho das forças de segurança do estado em prender os suspeitos e solucionar o caso, ele se emocionou. “A advocacia faz parte do sistema de justiça, quando você ataca a advocacia no exercício da sua função, você está atacando todo um sistema”, destacou o presidente.
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