quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Rio Verde

Setembro amarelo: o que podemos fazer para ajudar quem precisa

POR Jornal Somos | 05/09/2018
Setembro amarelo: o que podemos fazer para ajudar quem precisa

Redação Jornal Somos

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Problemas no coração, rins, coluna ou até mesmo uma simples alergia devem ser tratadas como problemas de saúde e devemos, sim, buscar ajuda, mas o que muitas pessoas não entendem é que a depressão também é um problema e deve ser tratada como.


O mês de setembro é visto como setembro amarelo, em prevenção ao suicídio, que pode ser infuenciado por vários fatores, como a própria depressão, o uso de dependências químicas, problemas financeiros, amorosos, sociais, entre muitas outras coisas que podem, infelizmente, desencadear essa ação.


Pensando nisso, o enfermeiro, professor de enfermagem e doutorando em enfermagem química Elton Brás Camargo Júnior defende uma tese importante em seu doutorado, que se trata da influência do uso de drogas com o suicídio e a depressão.


Ele explicou sobre o projeto que desenvolve. "Atualmente, a gente desenvolve um projeto de pesquisa que avaliamos como está o comportamento suicida dos dependentes químicos, de quem faz um uso problemático de drogas. Por ironia do destino, as principais drogas usadas na nossa região são o crack e o álcool, nossa amostra se baseou nesses usuários. Estamos comparando esses dois grupos e conseguimos constatar que comportamentos suicidas são muito mais prevalentes no usuários de crack, pelo menos nos nossos resultados."


Esse pensamento suicida se divide em três partes, que são:


Ideação- ideia de se matar;


Tentativa de se matar;


Ato consumado.

 


Outros fatores de risco


Pelos estudos de Elton Brás, o uso de drogas pode levar a pensamentos suicidas e outros transtornos psíquicos. Mas, existem também outros fatores que podem, infelizmente, desencadear comportamentos suicidas. "Depressão, além do consumo de drogas, pessoas que já tentaram suicídio, momentos em que o estresse está muito alto e não conseguem manejar esse comportamento, como crise financeira, populações discriminalizadas,como imigrantes, comunidade LGBT, por mais que os dados da OMS mostrem que homens tem praticado mais esse ato, as mulheres tem esse risco por conta da depressão que as acomete em maior número. Além de pessoas que sofreram abusos sexuais e não tem suporte para buscar ajuda''.


A religião e a depressão


Mesmo em pleno século XX,  algumas pessoas ainda relacionam a depressão e o suicídio com falta de Deus, falta de religião, de fé e de tudo que envolva questões espirituais. O que é um grande equívoco, já que depressão é uma doença como qualquer outra. Essa mudança, segundo o enfermeiro deveria começar com mudanças culturais, já que nosso país é religioso, mas, apesar de existir ainda preconceito, é menor do que nos anos interiores. "É necessário que a gente oriente a população de que existem fatores orgânicos, questões hormonais envolvidas nessa situação e até mesmo pessoas religiosas podem sofrer com esse tipo de doença. Então, precisamos mudar essa cultura, mostrar para a população que não é falta de Deus mas fatores biológicos que podem desenvolver a depressão, claro que não podemos negligenciar a importância do lado espiritual na vida das pessoas, isso existe, o apoio da religião vai ajudar de alguma forma''.


O que não dizer ou fazer com um depressivo


Muitas vezes a intenção de quem está perto de um depressivo é somente ajudar, mas, nem sempre sabemos como e o que fazer. Pensando nisso, separamos algumas dicas do que não dizer para aquela pessoa amada e querida que se encontra com a doença da alma:


Dizer que é frescura - Não, não é frescura, é uma doença como qualquer outra e deve ser tratada como tal;


Falta de Deus - Como já foi citado acima, uma coisa não tem relação com a outra, a religião pode ajudar a tirar as dores da alma, juntamente com um tratamento psicológico;


Vai passar sozinho - Não, não vai passar sozinho, essa pessoa precisa de ajuda e talvez só espera que você diga que está do lado dela e que vai ajudá-la.


Tentar puxar forçadamente essa pessoa para o meio social - Tentar impor algumas situações pode piorar o estado de saúde da pessoa.


Busque ajuda, existem pessoas especializadas para isso


Na cidade de Rio Verde, existem dois Caps, o Caps AD que trata de pessoas com problemas com drogas e entorpecentes, localizado na Vila Carolina e o Caps 2 - que trata de pessoas com todos os tipos de transtornos mentais, depressão, comportamento suicida, etc, ele é localizado atrás do cemitério do centro. As duas unidades são totalmente gratuitas, com profissionais qualificados para melhor atender a população e o melhor é que não precisa de encaminhamento de outro médico.


Lembre-se você não está sozinho, ninguém sabe a dor que você carrega, buscar ajuda é o melhor caminho, não é vergonha estar doente, todos estão sujeitos a passar por isso.


E você que sabe que alguém passa por isso, não tenha medo de abraçar, de dizer a importância que essa pessoa tem para sua vida, esteja sempre lembrando as pessoas o quanto é bom viver e o quanto ainda tem para se viver, seja responsável e tenha afeto e amor ao seu próximo e nunca, nunca diga que algo tão sério é frescura ou qualquer outro absurdo que ainda dizem por aí.

 

 

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