Com tantas mudanças no trânsito de Rio Verde, a engenheira de trânsito Talita Caetano conversou com exclusividade com o Jornal Somos.

Por que tantas mudanças?

As mudanças começaram por uma demanda federal que as cidades acima de 20 mil habitantes devem fazer o Plano de Mobilidade, essa lei é de 2012, o prazo foi estendido para 2015, 2017 e agora 2019. Todas são obrigadas a fazer o plano se quiserem receber verbas do governo federal, mas, além disso, de verba, o plano estuda a cidade como um todo. Todos os modos de deslocamento da cidade, aqui em Rio Verde nós temos bicicletas, pedestres, veículos pequenos, caminhões, até o meio ambiente é envolvido nisso, calçadas, acessibilidade, a gente precisa planejar a cidade, que é muito rica, ela cresce muito rápido, a taxa de crescimento é de 8% ao ano, temos atualmente se não me engano, 147 mil veículos, se não houver planejamento urbano e de transporte, a cidade vai colapsar, porque nossas ruas são as mesmas, têm a mesma largura, mas está aumentando o número de veículos. Com esse Plano de Mobilidade foram detectados pontos críticos, pontos de gargalos na cidade, a gente já mexeu em alguns, por exemplo, toda a Avenida Presidente Vargas é considerada um ponto crítico, nós estamos mexendo nela, retirando conversões para a esquerda para melhorar a fluidez do trânsito, aumentar a segurança, inclusive do pedestre. Os novos semáforos não são daquele tamanho, não tem aquela estrutura aleatoriamente, tem o contador, que o pedestre consegue ver quanto tempo ele tem para atravessar, o motorista sabe quanto tempo ele vai ficar parado esperando. Tudo isso é para melhorar a cidade, para aumentar a segurança dos rioverdenses como um todo e de quem vem visitar.

As mudanças estão sendo realizadas por toda cidade?

Claro, o Plano de Mobilidade Urbana é para a cidade inteira. Não é o Centro ou Gameleira, existem pontos críticos em outros bairros, como no Céu Azul, onde foi feita uma rotatória na Avenida Beija Flor, feita uma adequação no canteiro central. Outro ponto crítico é o corredor central, com a Rua Vonei da Costa, o mini anel. O túnel da Nizo Jaime, da Renovação, o retorno do Barrinha com a Gerônimo, o retorno na Presidente com Avenida João Coelho, a própria Coronel Vaiano, a Rua Abel Pereira de Castro e outros. São no total, em torno de, 43.

Quais mudanças serão realizadas no túnel da Renovação e para quando?

Precisamente a data não consigo falar, mas é a nossa próxima obra. Nós vamos partir mais ou menos do mesmo princípio do projeto do túnel do Gameleira, porque uma rotatória entra em colapso, no sentido de que ninguém consegue entrar na rotatória com segurança, vira aquela competição de quem entra. É necessário colocar semáforos, tem todo um projeto que está sendo desenvolvido. Precisamos trabalhar o entorno e é importante falar que o plano de mobilidade não é pontual, ele não é assim. Se tem um problema na presidente Vargas, com a Rua 16, o problema não é ali pontual, tem toda uma história por trás para resolver aquele problema.

Você acha que a população está insatisfeita?

A gente tem que assumir o erro de um pouco de falha de comunicação, mas, agora nós estamos com uma equipe fantástica de comunicação, tem assessor direto permanente na AMT, assessores, cinegrafista para estar divulgando melhor, acho que a população já está vendo vídeos muito bons. Ontem soltamos um vídeo na TV, no horário de almoço, então a gente está trabalhando bem essa parte de comunicação, porque a questão de desconforto é que toda mudança em que você mexe na rotina da pessoa gera desconforto, isso é normal. As pessoas não gostam em primeiro momento, mas quando elas olharem as obras prontas, elas perceberão a melhora. Talvez, a nossa falha foi falta de explicação sobre algumas obras, mas assim que tudo for implantado, eles vão ver o resultado, que será muito positivo.

Quais dicas para os moradores do Gameleira?

Na Avenida Flamboyant não é uma rotatória, é um retorno. Quem vem do Centro e quer ir para Goiânia tem acesso ao túnel e pode pegar o retorno. Se você for lá, já tem um PARE, então quem vai fazer o retorno deve parar. A preferência é de quem já está na avenida Flamboyant e vai continuar reto.

Quem entra no retorno deve parar, quem quer ir nos atacadistas, vindo do Gameleira, como na Presidente a conversão a esquerda não é permitido mais, quem vem do Gameleira segue na Avenida Flamboyant, passa pelo retorno, continua no túnel, segue na Nizo,que vai ser sentido único, atravessa o túnel, vira a esquerda na rua 31, depois a esquerda de novo na Ana Mota, e novamente à esquerda na rua 30. Após, encontra a Rua Nizo, atravessa o túnel e vai para os atacadistas. Tudo porque conversão à esquerda gera risco de acidentes e nem sempre o caminho mais curto é o mais rápido. Se permitir conversão à esquerda, você vai ter que ficar parado um tempo para entrar, porque tem gente vinda do túnel no sentido Nizo - Gameleira, então o contorno a se fazer é uma quadra e também pode ser feito o contorno de quadra atrás da Fiat, virando à direita e cai na marginal novamente e pega o túnel. Se você anda 200, 300 metros a mais, tem mais segurança, tem mais ordem no trânsito e chega aos atacadistas.

Qual é o principal motivo para mudança da Rua Nizo Jaime?

A Nizo era um ponto crítico e agora vai ser sentido único. Mudará a partir de segunda do Gameleira até os Correios. Com isso, eu dobro a capacidade, se passavam 50 carros, passarão 100.  Mas, e para voltar? Nós chamamos de sistema binário, então Nizo terá sentido do Gameleira para o Centro, logo, será necessária outra rua que faça sentido contrário, do Centro para Gameleira, que é a rua Joaquim Mota, continuação da Henrique Tibere. Ela começa no Centro e depois passa a ser Joaquim Mota. Ela comporá  o binário e quem está vindo do Centro vai acessar o Gameleira pela Joaquim Mota. Dividindo o fluxo que era muito concentrado. A Rua Nizo tem um volume muito intenso, era muito difícil ir para o Gameleira em horário de pico, agora será fácil pela Joaquim Mota.

E sobre as mudanças no Barrinha?

Desligarão os semáforos na segunda-feira, já com o sentido único da Nizo até os Correios. Colocamos quebra-molas porque os motoristas precisam diminuir a velocidade, já que o canteiro do Barrinha funcionará como uma grande rotatória. Todas as ruas que dão acesso ao Barrinha terão um PARE e o quebra-molas, justamente para diminuir velocidade, motoristas pararem na sinalização, para ter mais segurança. O quebra molas é regra Federal, ele tem 3,70 de largura, com altura máxima de 10 centímetros.

Por que a implantação de um semáforo no Cristo?

Foi implantado porque o volume de veículos que vem da Presidente Vargas, sentido Paulo Roberto Cunha até o Cristo aumentou muito, em relação aos universitários que vão para o campus e quem passa pela Presidente Vargas com sentido Colégio Militar – Cristo. É um grande volume também, então eu precisava segurar um pouco esses veículos. Foi colocado um semáforo com distância da rotatória, onde eles param 26 segundos de vermelho. Nesses 26 segundos, outros veículos que estão na Presidente Vargas sentido Paulo Roberto - Cristo têm possibilidade de entrar na rotatória e eu consigo esvaziar a caixa. Antes, os veículos estavam indo até a Paulo Roberto Cunha, então, segurando um pouco esses veículos, consigo esvaziar essa caixa, abriu o verde, ele cai na rotatória. Todas as entradas para a rotatória têm sinalização na horizontal, pintura no chão e vertical com as placas. A função dele é somente permitir que esses veículos consigam entrar na rotatória.

O Número de acidentes diminui? Tendo em vista que uma das preocupações era isso.

Diminuiu bastante, ali na Paulo Roberto Cunha com a Presidente Vargas acontecia um número de acidentes muito alto. Ainda temos acidentes, mas muito mais simples, sem vítimas e todos por imprudência e falta de respeito à sinalização. Ali na rotatória, que não existia ainda, mas de forma inadequada no Sest Senat foram registrados 3 acidentes esse ano, até agora não registramos nenhum.

Você tem algum pedido para a população?

Por favor, atenção, ser prudente para a sinalização, olhar a sinalização. Não existe essa coisa de não dar tempo de olhar a sinalização, as placas, não existe, você tem que olhar para sua própria segurança, sinalização, respeitar velocidade e ser prudente.

Acha que o consumo de combustível aumentou?

Você andar 300 metros a mais não vai afetar no combustível no final, se você para o carro, engata a primeira e espera, na hora de sair isso gasta combustível, imagina na Presidente, sem ter os semáforos, que você tem que parar a cada parada e acelerada, isso gasta muito combustível, gasta muito mais que continuar uma rota, andar 300 metros.

A placa R24- que tem uma seta única significa sentido da circulação da via, você não é obrigado a entrar na rua, mas se entra e essa seta está apontando para um lado, deve ser para esse lado, se andar no lado oposto estará na contramão. Até 15 dias não podem ser notificados, eles precisam ser educados, tem educação para o trânsito durante esses dias, passados esses 15 dias, parte para a notificação.