quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Daiane dos Santos está em Rio Verde com seu projeto e recebeu o JORNAL SOMOS para conversar um pouco sobre isto e muito mais. Confira.
Redação Jornal Somos
Em 2017, o Instituto Trata Brasil lançou o projeto “Água na Escola – Gotas de Futuro”, em parceria com a atleta Daiane dos Santos, que aconteceu em algumas escolas das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto tem como objetivo conscientizar pais, alunos, professores e funcionários sobre a importância do uso racional da água e de reivindicarem as redes para coleta e tratamento dos esgotos, através de palestras recreativas e atividades lúdicas. Trata também da importância de as moradias estarem conectadas às redes, saneamento básico e qualidade de vida.
Expandido para outras regiões do país, o projeto chegou a Goiás este mês. Em Rio Verde, ele acontece entre os dias 3 e 10 de outubro, em várias escolas estaduais. A ginasta Daiane dos Santos, um dos nomes mais importantes do esporte brasileiro, é embaixadora do Instituto e caminha junto com o projeto. Ontem (04), foi a vez do Colégio Estadual Alvino Pereira Rocha, no Bairro Dom Miguel de receber as palestras. Em entrevista ao Jornal SOMOS, a ginasta falou um pouco da importância do projeto, planos futuros e educação.
JS - O que é o projeto "Água na Escola - Gotas de Futuro"?
DAIANE: Eu sou embaixadora do Trata Brasil há 10 anos, que fala sobre saneamento no Brasil. Em 2016, eu fiz um pedido para o instituto para que realizássemos um trabalho de informação com crianças e jovens, e eles criaram esse projeto, que fala sobre o saneamento básico. Com as crianças menores, nós levamos informação de forma lúdica, com jogos interativos, uma palestra recreativa. Com os maiores, nós fazemos em forma de bate papo, para saber qual o conhecimento do jovem sobre o tema, o que ele faz para colaborar, o que é importante para ele hoje.
JS - Como é feita a escolha das cidades?
DAIANE: Hoje temos uma parceria com a BRK, e geralmente vamos para lugares em que a empresa está implantando sistema de esgoto ou já exista, porque, se você chegar em uma cidade em que as pessoas não sabem nem o que é saneamento, elas não terão noção da importância do projeto.
JS - Você é reconhecida nacional e internacionalmente pelo esporte. Como é falar de um assunto que é, de certa forma, distante do esporte?
DAIANE: É e não é distante, porque tem a ver com saúde, assim como o esporte. Sou professora e educadora física por formação, e, geralmente, nossa parceria é com as secretarias de educação. Existe uma relação que, muitas vezes, as pessoas não conseguem ver, mas, quando falamos em saneamento, falamos em qualidade de vida, saúde, aprendizado da criança, que o esporte também proporciona.
JS - Você considera que falta pouco investimento do governo?
DAIANE: Assim como o esporte, o saneamento básico merece atenção. Eu falo que, no Brasil, a oportunidade ainda não é para todos, a qualidade de vida ainda não alcança todos. O saneamento melhorou, mas, ainda falta investimento. Os dois temas deveriam ser mais trabalhados.
JS - Quando sai dos grandes centros, a gente não vê muitos esportes diferentes, além do futebol e do vôlei, entre outros. Como poderíamos mudar isso?
DAIANE: A região tem muitas empresas, e, hoje temos a lei que ampara a grande maioria dos projetos, que é a Lei do Incentivo ao Esporte,tanto estaduais quanto federais. Um dos meios é fazer parceria com essas empresas privadas. A gente espera muito de empresas públicas, mas, as privadas podem fazer também, através do investimento dos impostos. Hoje temos métodos para fazer isso, o que falta, em alguns casos, é interesse do gestor.
JS - Quais são os projetos para o futuro?
DAIANE: Na verdade, o projeto Gotas é uma das minhas atividades. Eu tenho outro projeto chamado "Brasileirinhos", de ginástica, que tem como objetivo principal a formação do caráter da criança, através do esporte e da educação. Além disso, sou comentarista esportiva, empresária, ou seja, faço muitas coisas. Mas, o que mais gosto é estar perto dos jovens e das crianças, porque eu tive oportunidade de ter uma vida melhor por causa do esporte e espero que elas tenham essa oportunidade. O que eu quero é que possamos formar um melhor cidadão, independente de ele ser atleta ou não. Às vezes, a gente vai até uma região em que eles acham que não tem direitos nem deveres, e a gente quer mostrar que eles podem mais, mudar a cabeça dessas crianças, isso é o que eu mais amo fazer.
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