O Governo de Goiás encaminhou, para a Assembleia Legislativa, um projeto de Lei para acelerar as obras que serão feitas com o recurso do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), mais conhecido como taxa do agro.

O Fundo foi criado no final de 2022, gerando um desgaste entre o setor produtivo e o governador Ronaldo Caiado. A taxa foi duramente criticada por instituições do agronegócio, como a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), que na época, emitiram uma nota de repúdio. "Esta proposta do governo estadual, vai retirar parte da capacidade de investimento dos produtores rurais em um cenário em que eles já estão revendo seus planos, como, por exemplo, muitos cancelamentos de pedidos de máquinas e outros aportes de recursos", destacou a entidade, na nota publicada no dia 21 de novembro de 2022.

Em 2023, produtores rurais e entidades do agro entraram com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), para contestar a constitucionalidade da taxa, mas o pedido foi rejeitado, uma vez que a reforma tributária autoriza a criação de contribuições semelhantes à proposta pelo Fundeinfra.

Na Feira de Tecnologia em Agronegócio promovida pela Cooperativa Comigo deste mesmo ano, Ronaldo Caiado começou seu discurso falando sobre o Fundeinfra. "Me deem dois anos de prazo, e vocês vão ver nossas rodovias e como o dinheiro foi aplicado, do produtor rural", pediu o governador.

No período de um ano e meio, o Fundo já arrecadou R$ 1,5 bilhão de reais. Os produtores de Rio Verde foram os que mais contribuíram, com cerca de R$ 653 milhões, em segundo lugar fica Jataí com R$ 138 milhões, seguida por Cristalina totalizando R$ 66 milhões, Itumbiara com R$ 64 milhões e Anápolis com R$ 59 milhões. 

Agora, o governo quer usar o dinheiro para concluir cerca de 44 obras. Através do projeto de Lei, vai ser possível criar um programa para firmar parcerias com associações privadas que vão trabalhar na execução e nos projetos de engenharia das obras.

Atualmente, apenas duas obras foram concluídas, seis estão em andamento e 22 em fase de licitação, o objetivo do projeto de Lei é criar um programa para firmar parcerias com associações privadas. O Secretário estadual de Infraestrutura (Seinfra), Pedro Sales, disse ao jornal O Popular que o ritmo das obras "demanda um tempo de maturação grande por causa de licitações", explicou o secretário.