quinta-feira, 15 de maio de 2025
Foto: Reprodução Metrópoles
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) adotou uma nova diretriz que restringe a inclusão de informações técnicas nos boletins de ocorrência relacionados a crimes como fraudes veiculares, falsificação de documentos e falsidade ideológica. A medida foi oficializada por meio de um ofício-circular distribuído a todas as unidades da corporação no final de abril.
A decisão busca preservar a segurança operacional da instituição e dos agentes, após constatações de que detalhes sensíveis sobre os métodos de investigação vinham sendo amplamente registrados nos boletins — documentos que, por lei, podem ser acessados inclusive por suspeitos e criminosos. Isso, segundo o documento, colocava em risco as operações em andamento e favorecia o mapeamento das táticas policiais por organizações criminosas especializadas na adulteração e revenda de veículos.
Com a nova orientação, os policiais estão proibidos de mencionar:
Nomes de sistemas utilizados, como o Alerta Brasil;
Critérios técnicos aplicados à análise de placas, etiquetas e chassis;
Expressões como “checagem pelo OBD”, “monitoramento agendado” e “CPF extemporâneo”.
A sigla OBD (On-Board Diagnostics) se refere ao sistema eletrônico presente em veículos que permite a leitura de dados da central, usado para identificar falhas e adulterações. Já a expressão “monitoramento agendado” indicava que um veículo estava sob observação prévia, algo que, se revelado, poderia comprometer investigações sigilosas. O termo “CPF extemporâneo”, por sua vez, apontava para possíveis fraudes documentais, quando a data de emissão de um CPF é incompatível com a idade presumida do portador.
A PRF orienta agora que os boletins adotem narrativas mais padronizadas e menos detalhadas, evitando a exposição de tecnologias ou o nome de servidores envolvidos nas abordagens. Imagens de documentos e itens adulterados devem ser anexadas com cautela e apenas quando extremamente necessárias.
A medida faz parte de um esforço mais amplo da corporação para fortalecer a segurança institucional e dificultar que criminosos especializados se antecipem às ações da polícia com base nas informações reveladas nos boletins.
*Com informações Metrópoles
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