sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rio Verde

Polícia indicia padrasto pela morte de bebê espancado em Rio Verde

POR | 10/09/2020
Polícia indicia padrasto pela morte de bebê espancado em Rio Verde

Polícia Civil de Rio Verde / GIH

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Foi concluída nesta quarta-feira (9) a investigação do caso do bebê de um ano e oito meses que foi espancado até a morte pelo padrasto, no Setor Pausanes, em Rio Verde, município do Sudoeste goiano. De acordo com a Polícia Civil (PC) o agressor, que confessou o crime, foi indicado por homicídio duplamente qualificado, tortura e fraude processual, uma vez que ele tentou simular um acidente doméstico para justificar a morte. A mãe, que está em liberdade provisória com o uso de tornozeleira eletrônica, foi indicada por omissão de tortura, já que deixava o filho sozinho com o suspeito. Ela foi liberada porque ainda amamenta a outra filha, uma menina de sete meses.

 

 

Conforme informações do delegado do caso, Dr. Danilo Fabiano, o nível da gravidade das lesões constatadas pela perícia impressiona. A criança teve a cabeça, as pernas e o abdômen machucados, além de lesões nos rins, na coluna e no fígado, que ocasionou sangramento interno. "Se descarta a possibilidade de meio acidental ou natural de produção das lesões e do óbito da vítima (...) Provável sofrimento extremo da vítima, e por mecanismos múltiplos e com alta energia cinética. As múltiplas lesões externas abdominais em fases distintas de evolução temporal indicam o caráter insidioso e cruel para a produção das mesmas", informa o exame cadavérico realizado no bebê.

 

 

Ainda foi certificado pela perícia que haviam resquícios de sangue em vários pontos da casa onde ocorreu a violência, apontados pela pesquisa efetuada com a técnica luminol. Segundo o delegado responsável, o padrasto realizou uma faxina geral na residência após o óbito da criança, de forma a modificar a cena do crime, validando a versão de acidente doméstico, apresentada pelo suspeito na delegacia.

 

 

Chamou a atenção do investigador a frieza nas atitudes do padrasto durante o procedimento de reconstituição da cena do crime e nos depoimentos. "O comportamento do padrasto, que é o principal suspeito, seja na reconstituição ou nos atos em oitivas é de muita frieza e apatia em relação a gravidade do ato praticado", afirma o Dr. Danilo Fabiano. 

 

 

Quanto a mãe da criança, o seu indiciamento por omissão de tortura ocorreu porque a mesma possuía o conhecimento destes episódios, porém não tomou providências de forma intencional. "Ela falou num segundo depoimento que viu as lesões, mas não sabia que se tratava de tortura. Mas ela manteve a criança na presença do agressor, que acabou provocando a morte", relata o delegado.

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