quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Imagem: reprodução
Na manhã desta segunda-feira (02), a Polícia Civil de Goiás, por meio da 8ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Rio Verde, apresentou a conclusão das investigações sobre o homicídio do advogado Cássio Bruno Barroso, ocorrido em 13 de outubro deste ano.
Após quase dois meses de investigações, realizadas em parceria com forças policiais de Goiás e Mato Grosso, foi revelado que o advogado começou a ser monitorado por um grupo criminoso em 18 de setembro de 2023. Segundo o delegado Adelson Candeo, responsável pelo caso, o grupo tinha dois alvos: Cássio e seu sócio.
O crime teria sido motivado por uma disputa envolvendo a posse de uma fazenda penhorada no início dos anos 2000, no Mato Grosso. O mandante do crime ocupava a propriedade desde 2006, mas, em 2018, o imóvel foi comprado por Cássio Bruno, que quitou a dívida de penhora no valor de R$ 700 mil. Após a aquisição, o advogado iniciou uma ação judicial para retirar o ocupante ilegal.
Durante o processo judicial, a propriedade foi valorizada significativamente devido à construção de uma linha férrea na região, elevando seu valor para cerca de R$ 100 milhões. A Polícia Civil acredita que essa valorização foi o principal motivo do crime.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso utilizou um esquema complexo de vigilância, com o uso de drones e rastreadores. Esses dispositivos, identificados como "NAY" e "CLE", chamaram a atenção do delegado. “CLE é o nome da esposa da vítima fatal, e NAY é o nome da esposa da vítima em potencial, o sócio de Cássio Bruno. Era uma forma de demonstrar que todos estavam sendo acompahados”, explicou Adelson Candeo.
O monitoramento durou cerca de um ano, envolvendo oito pessoas que se revezavam em Rio Verde para acompanhar a rotina de Cássio. Dois veículos – um deles clonado – e uma motocicleta foram usados na operação criminosa.
O crime ocorreu em 13 de outubro, por volta das 13h, em plena Avenida Barrinha, uma das vias mais movimentadas de Rio Verde. Minutos após a execução, o veículo usado no homicídio foi abandonado. Outro carro aguardava para transportar os suspeitos em direção a Jataí–GO.
Graças à força-tarefa entre as polícias de Goiás e Mato Grosso, os quatro suspeitos foram localizados em menos de 24 horas, na cidade de Nova Xavantina–MT. Eles foram presos e transferidos para Rio Verde, onde permaneceram sob custódia. Durante as investigações, a polícia descobriu que todos os envolvidos pertenciam à mesma família.
Na operação, foram realizadas as primeiras apreensões, incluindo uma pistola 9 mm, rastreadores e celulares usados no planejamento do crime.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil cumpriu 11 mandados de busca e apreensão como parte da Operação Advena. Prisões em flagrante também foram efetuadas, incluindo duas em Guarantã do Norte–MT e uma no Distrito Federal.
Por meio da Operação Sétimo Círculo, a polícia identificou e prendeu o mandante do crime na cidade de Água Boa–MT. Segundo o delegado, o suspeito era a outra parte na disputa judicial pela fazenda e ocupava ilegalmente a propriedade desde 2006. No local, foram apreendidas quatro armas de fogo sem registro.
“Praticamente não há mais o que ser esclarecido neste homicídio. Todos os envolvidos serão indiciados por homicídio duplamente qualificado”, concluiu o delegado Adelson Candeo.
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