quarta-feira, 03 de julho de 2024

Rio Verde

Polícia Civil começará segunda fase das investigações sobre falso sequestro

POR Jornal Somos | 15/04/2019
Polícia Civil começará segunda fase das investigações sobre falso sequestro

Foto: Jornal Somos

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No último sábado (13), Erlândia Nunes foi presa por suspeita de forjar um sequestro em parceria com Matheus Campos. O delegado Danilo Fabiano Oliveira explica que desde a prisão em flagrante de Matheus feita sob a suspeita de seqüestro na noite se segunda feira (8), a Polícia Civil iniciou os levantamentos. Na primeira fase da investigação foram colhidas provas e oitivas dos envolvidos e de testemunhas que estavam no local.

 

A delegada Taísa Antonello explica as divergências nos depoimentos de Erlândia e Matheus. No momento do flagrante, Matheus estava ferido e foi encaminhado ao hospital. Erlândia deu seu depoimento contando que Matheus entrou em sua casa para um assalto fazendo-a de refém e deixando seu pai sair para poder acionar a polícia.

 

Quando Matheus teve alta, ele deu seu depoimento à Polícia. Em depoimento, Matheus contou que já conhecia Erlândia e que no dia do seqüestro ambos passaram o dia juntos, pois a mulher o havia contratado para um serviço de ameaça a uma terceira pessoa. Matheus contou que Erlândia havia planejado o sequestro e a transmissão ao vivo do suposto crime, além de chamar a imprensa. Ele disse que o plano era pedir resgate de R$ 100 mil e dividir o pagamento entre os dois. Durante a encenação, Erlândia teria puxado o gatilho da arma, o acertando no rosto.

 

A análise das provas técnicas deu credibilidade ao depoimento de Matheus, sendo decretada a prisão temporária de Erlândia. Após a prisão, a mulher confessou que conhecia Matheus e que realmente o havia contratado para prestar serviços, mas que no final ele decidiu assaltá-la, entrando em sua casa e a fazendo de refém. Ela confirma ter puxado o gatilho, mas alega legítima defesa.

 

O delegado Adelson Candeio contou  que no depoimento de Erlândia ela afirma que a arma de fogo usada no crime foi adquirida por ele, mas a mulher que pagou, pois seria usada no serviço que ela havia solicitado. 

 

O depoimento dos dois é igual quanto ao pedido do serviço, a aquisição da arma e a condução dada por ela a ele até o local de execução da ameaça. A divergência começa quando Erlândia leva Matheus para sua casa e o mantém escondido de seu pai. Matheus diz que o pai da mulher o viu, mas que ela deu uma desculpa sobre quem era ele.

 

Matheus se manteve escondido até as 18 horas quando Erlândia sai de casa e retorna com a arma de fogo e o dinheiro, que seria o pagamento do serviço. Então Matheus sai e ela alega que ele voltou para assaltá-la enquanto ele diz que continuou o plano do sequestro com a transmissão ao vivo nas redes sociais.  

 

Segundo a delegada Taísa, Matheus disse que após o recebimento do resgate Erlândia esconderia o dinheiro em sua residência e em outra transmissão eles forjariam a queima do dinheiro do resgate.

 

O delegado Adelson conta que chamar a imprensa era parte do plano, mas Matheus também chamou sua mãe porque passou a temer por sua integridade física. Ele também disse que o pai de Erlândia foi liberado justamente para que acionasse a Polícia.

 

O motivo pelo qual os dois forjariam o sequestro ainda é desconhecido e será esclarecido pelos delegados na segunda fase da investigação.

 

O delegado Danilo Fabiano diz que ambos já possuíam passagens pela Polícia. Matheus quando menor por lesão corporal dolosa após se envolver em uma briga e após a maioridade por porte ilegal de arma de fogo.

 

Erlândia recebeu uma condenação em 2010, na época ainda era menor, por participar do envenenamento do cunhado, sendo condenada a 8 meses de liberdade assistida por homicídio com requintes de crueldade. Ela também é investigada por um suposto sequestro ocorrido em 2016, no qual a Polícia ao chegar ao local só encontrou a ela, que afirmou que os sequestradores haviam desistido, e também é investigada após a apreensão de 193 pedras de crack e duas armas de fogo em sua residência em fevereiro deste ano.

 

Os delegados ressaltam que caso o planejamento da encenação dos crimes seja comprovado as prisões temporárias passam a ser preventivas e os dois serão investigados por porte ilegal de arma e contravenção.

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