quarta-feira, 24 de abril de 2024

MP e PC afastam diretoria do presídio e cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão em Rio Verde

POR | 10/12/2020
MP e PC afastam diretoria do presídio e cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão em Rio Verde

Divulgação

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Foi aprsentado na manhã de hoje, quinta feira (10/12) os detalhes e resultado da Operação Eptá realizada ao longo do dia de ontem, quarta feira (09/12), pela Polícia Civil de Goiás e o Ministério Público de Goiás, através de suas unidades em Rio Verde. Eptá teve como objetivo o combate à corrupção no sistema prisional de Rio Verde.

 

 

Segundo as informações divulgadas pela própria Polícia, a investigação aponta indícios da existência de um esquema de corrupção instalado nas Unidades Prisionais locais, principalmente no Centro de Inserção Social (CIS). A indicação é da possível participação de servidores públicos que facilitariam a entrada de objetos ilícitos para os detentos, entre os itens drogas, celulares, cerveja, energéticos e whisky.

 

 

Para combater a prática, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências da cidade. E ainda, foram afastados de seus cargos, o diretor da penitenciária e o supervisor de segurança.

 

 

 

Na Operação também foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária, pelos quais foram presos: um ex-vigilante prisional temporário (VPT), um homem responsável pela movimentação financeira do pagamento de propinas e ainda foi cumprido um mandado de prisão de um homem que já estava preso que realizava pagamentos para entrada de ilícitos.

 

 

Ao todo foram mobilizados 35 policiais civis de três delegacias regionais (8ª DRPC, 7ª DRPC E 14ª DRPC). A ação ainda contou com a participação da Corregedoria da Polícia Penal do Estado de Goiás e do GOPE(Grupo de Operações Penitenciárias Especiais da Polícia Penal Estado de Goiás) que auxiliaram os policiais civis e promotores no cumprimento dos mandados judiciais. Tudo foi apresentado na manhã de hoje, quinta feira (10/12), na 8ª Delegacia Regional através do delegado Adelson Candeo, que foi coordenador da Operação. Ele ainda contou que as investigações tiveram início há um ano e decorrreu da apreensão de um telefone celular na cela 7, do bloco B, na referida unidade. Em uma conversa presente no aparelho, os policiais identificaram um comprovante de pagamento que seria do preso ao ex-vigilante temporário. Na sequência, o MP pediu um mandado de busca e o telefone do ex-servidor foi apreendido.

 

“Durante o cumprimento desse mandato, ele revelou que o atual diretor do presídio teria exigido R$ 10 mil para que o telefone apreendido na cadeia não fosse levado à delegacia. Depois, as negociações passaram de R$ 5 mil e uma arma, mas não se concretizaram”, frisa o delegado.

 

 

Na apresentação ainda foi informado que no telefone do ex-vigilante, os policiais encontram uma mensagem em um comprovante de depósito que seria realizado pelo preso: “está aí o seu dinheiro!”. Porém, segundo Adelson, o dinheiro depósito foi feito por uma terceira pessoa, que também passou a ser investigada. “Fizemos a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos e encontramos movimentações atípicas nas contas de todos os envolvidos”, ressalta. Algumas das transações encontradas tinham o valor de R$ 200 mil, como apresenta o delegado.

 

 

Adelson afirma que denúncias indicam que havia conivência do diretor para a entrada de objetos, como drogas, celulares e bebidas alcóolicas no presídio. Como o material não é prova contundente de participação dele e do supervisor no esquema, a PC não pediu mandados de prisão para ambos.

 

“O preso ainda não foi ouvido. O ex-vigilante confessou a extorsão. O diretor nega as acusações. Por isso, decidimos afastá-lo da função para resguardá-lo e dar liberdade para o preso durante o seu depoimento que será realizado nas próximas semanas."

 

 

Sobre a ação e envolvimento de servidores estaduais da área prisional, entramos em contato com a assessoria de Comunicação da Diretoria Geral de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP-GO), e até o fechamento desta matéria ainda não havíamos recebido resposta sobre o mesmo. Entretanto, pode-se informar por publicação anterior que “A Polícia Penal de Goiás, por meio da sua DGAP, estabeleceu diretrizes de fortalecimento ao combate aos crimes contra a administração pública no âmbito do sistema penitenciário goiano, em especial a corrupção, a partir da intensificação, nesse ano, das fiscalizações e inspeções por parte da Corregedoria Setorial (CORSET) do órgão. Nesse sentido, em 2020 a CORSET realizou mais de 467 ações, sendo 330 em 2019, e assim registrado nesse ano um alcance a todas as 101 unidades prisionais do Estado, bem como estruturas administrativas da DGAP, com foco na preservação dos padrões de legalidade e moralidade, da ética e da integridade física de presos e servidores, bem como identificando falhas em procedimento operacional padrão que é aplicado por servidores em estabelecimentos penais no exercício da função.”

 

 

 

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