quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Rio Verde

Menor oferta no campo deve elevar os preços ao produtor de leite em junho

POR | 19/06/2020
Menor oferta no campo deve elevar os preços ao produtor de leite em junho

Redação Jornal Somos

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As incertezas sobre consumo de derivados no médio e longo prazos, diante da atual crise por causa da pandemia de covid-19, foram reforçadas em abril, contexto que reduziu o investimento das indústrias em estoques, pressionando as cotações do leite no campo em maio.

 

De acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a “Média Brasil” líquida em maio (referente à captação do mês anterior) chegou a R$ 1,3783/ litro, recuo de 4,7% frente ao mês anterior e de 10,8% em relação a maio/19 (valores reais, deflacionado pelo IPCA de maio/20). No entanto, o avanço da entressafra da produção no Sudeste e Centro-Oeste, a estiagem no Sul e a consequente menor oferta de leite no campo devem elevar as cotações aos produtores em junho, recuperando a queda observada em maio.

 

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano Jayme Guimarães, é o aumento é bom mas não alcança a valorização real que precisava acontecer ao leite e todo o investimento que é feito pelo Produtor. 

"Todo tanto que sobe nessa época do ano, ele não atende a necessidade do produtor. Essa época, o trato que chega como alimento ao rebanho leiteiro, que também é de ponta, o custo é muito alto, você tem que investir. Então, a época em que o leite mais teria que subir, quer dizer quando tem uma queda na oferta, porque muitos tirados pequenos deixam de tirar, porque ele não tem como tirar, porque tem um investimento que ele não consegue. Então, o leite para manter a qualidade que ele tem, mas infelizmente o cartel que existe não deixa que ele aconteça desse preço chegar para ter a reparação para o produtor. Outra coisa é que muitas vezes ele está entregando o leite em que ele não sabe o valor que vai receber, isso é um absurdo, isso é um falta de respeito. O governo federal, estadual, deveriam entrar nisso, e melhorar um pouco e cobrar mais dessa industria do laticínio, esse apoio ao produtor rural, é um descaso, por mais que o leite sobe e vai subir, ele é muito defasado, com a qualidade que ele tem hoje, ainda mais em Rio Verde."

 

Quanto a última fala do presidente do Sindicato, o preço da matéria-prima no campo é formado depois das negociações quinzenais do leite spot (negociação de leite cru entre indústrias) e da venda dos derivados lácteos. Assim, as cotações do spot e dos derivados de maio irão influenciar os valores do leite captado naquele mês, que serão pagos ao produtor em junho. Nesse sentido, a defasagem temporal entre a produção e a comercialização dos derivados causa o delay de um mês nesse repasse das condições de mercado para o produtor.

 

A menor oferta de matéria-prima no mês passado, por sua vez, intensificou a redução dos estoques de UHT, muçarela e leite em pó – que, vale lembrar, já vinham limitados, devido à menor produção em abril, por conta das incertezas geradas pela pandemia. Adicionalmente, agentes de mercado consultados pelo Cepea informaram que a demanda por derivados lácteos se mostrou mais firme em maio em comparação com abril, cenário que favoreceu a recuperação das cotações dos lácteos.

 

Fonte: Comunicação de Faeg/Senar

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