sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rio Verde

Major suspeito de estupro em Rio Verde já respondeu por tortura em Goiânia

POR Jornal Somos | 25/10/2019
Major suspeito de estupro em Rio Verde já respondeu por tortura em Goiânia

Reprodução

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O principal suspeito de ter estuprado duas meninas na madrugada desta terça-feira (22), em Rio Verde, já tem acusações passadas de envolvimento em um crime de tortura ocorrido há mais de 10 anos. O major da Polícia Militar havia sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter, de acordo com o órgão, torturado até a morte um entregador de gás com  choques elétricos e espancamento, após ter flagrado ele e outras cinco pessoas consumindo crack, em Goiânia.

 

O caso aconteceu em fevereiro de 2008 em uma borracharia, localizada no bairro Jardim Goiás. Segundo a denúncia, Macena e outros 16 policiais militares, abordaram cinco pessoas que consumiam crack no local e passaram a usar técnicas de tortura para fazê-los falar sobre o fornecedor do entorpecente.

 

Segundo o MPF, os militares incluindo Macena, ao constatarem indícios de drogas, ordenaram que as cinco pessoas se deitassem no chão e iniciaram uma sessão de espancamento. O entregador de gás Célio Roberto Ferreira de Sousa, de 26 anos, que estava entre os abordados, foi levado a um local reservado da borracharia.

 

Na denúncia do MPF, é relatado que os militares encharcaram um colchão de água, e deitaram o rapaz nele, e passaram a lhe dar descargas elétricas. Segundo o depoimento da namorada de Célio, que estava com ele no local era possível ouvir “os gritos dele no instante em que era submetido a pancadas, choques elétricos, pauladas e golpes diversos”.

 

As testemunhas relataram que a vítima contou aos policiais que tinha problemas no coração e não sobreviveria aos choques, mas eles continuaram. Uma testemunha foi executada dias antes de prestar depoimento sobre o caso

 

Foi explicado pelo MPF na época, que não era possível determinar com maior precisão cada ato individualmente pelos denunciados. Porém, se comprovou para os procuradores que “todos eles estavam presente na cena do crime, de forma consciente e voluntária, e, desta maneira, concorreram, quando não por ação, ao menos por omissão penalmente relevante para a consecução do resultado, considerando o dever de ofício de proteger as vítimas”.

 

O entregador de gás morreu em decorrência das sessões de tortura. Seu corpo nunca foi encontrado. Cristiano Silva de Macena e os policiais foram denunciados pelo crime de tortura e ocultação de cadáver. No entanto, foram absolvidos em outubro de 2018 por falta de provas.

 

Continua tramitando no sistema do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) uma ação penal envolvendo 12 policiais que teriam participado de tortura, incluindo Cristiano. Porém, nesse caso, não consta cinco vítimas, somente Célio e outro homem.

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