quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Com o objetivo de aproximar os jurisdicionados do Poder Judiciário, a juíza Tatianne Marcella Mendes Rosa Borges, da 2ª Vara Criminal da comarca de Rio Verde, ouviu, no dia 26 de junho, no Estacionamento do Fórum da comarca de Rio Verde, Paloma Nascimento da Silva. O atendimento especial foi em razão dela ter ficado tetraplégica após ter sido vítima de tentativa de homicídio.
Durante a audiência, foram ouvidas as testemunhas de acusação e, posteriormente, a vítima que se encontrava no estacionamento do Fórum local. Como não era possível colocar a vítima na cadeira de rodas do próprio Poder Judiciário em função de estar muito debilitada e sentindo fortes dores e encaminhá-la pelos elevadores para a sala de audiência, que fica no 3º andar do prédio do Foro, a magistrada se deslocou até o automóvel onde a mulher estava para colher o depoimento dela.
Depois de colher as informações, a juíza Tatianne retornou à sala de audiência, quando passou a ouvir a mãe da vítima e os acusados de cometerem a tentativa de homicídio contra a mulher, os réus Carlos Eduardo Garcia Duarte, Gabriel Keneddy Martins de Sousa, José Wallason de Oliveira e Diego Batista Pereira.
O Ministério Público do Estado de Goiás ofereceu denúncia contra os quatro réus, em virtude deles serem acusados de tentar matar Paloma. Consta dos autos, que a vítima namorava outro detento que estava preso também na Casa de Prisão Provisória da cidade. O denunciado Diego, então, pediu que outros denunciados, de quem havia se tornado amigo, matassem a vítima.
Os denunciados foram até a casa de Paloma, quando desceram e chamaram a mulher na porta da casa dela. Os homens dialogaram amigavelmente com ela, quando outros homens que estavam num veículo estacionado na porta da residência, utilizando uma arma fornecida por Gabriel, efetuaram vários disparos de arma de fogo na direção dela.
Em seguida, Carlos Eduardo e Gabriel correram para o carro que era conduzido por José Wallason e fugiram do local. A vítima foi socorrida e, apesar da gravidade das lesões sofridas, não morreu porque o projétil não atingiu região vital de forma a causar a morte dela. Segundo o Ministério Público, os acusados são suspeitos de serem integrantes do crime organizado, especificamente o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Sobre o assunto e atitude da juíza, o advogado Eduardo Lobo, em entrevista ao Jornal Somos, parabeniza a atitude. "Parabéns à magistrada doutora Tatianne pela atitude de ter ouvido a jurisdicionada fora da sala de audiências. Esta foi uma demonstração de respeito à pessoa portadora de deficiência, onde a magistrada saiu de seu gabinete e a ouviu no estacionamento do fórum. Isso demonstra que os agentes públicos bem como todos nós enquanto cidadãos, precisamos estar atentos e colaborar para a inclusão das pessoas portadoras de deficiência. Eu ressalto que nós ainda temos muito que evoluir no que se refere à acessibilidade, a inclusão à igualdade dentre os direitos garantidos na nossa legislação vigente que constantemente são desrespeitados ou não são colocados em prática."
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