sábado, 23 de novembro de 2024

Rio Verde

Entrevista: Lúcia Michalczyk é uma mulher de opinião!

POR | 21/06/2018

A advogada e gestora do Procon, Lúcia Michalczyk, visitou a sede do JORNAL SOMOS e falou sobre sua carreira, vida pessoal e Procon.

Entrevista: Lúcia Michalczyk é uma mulher de opinião!

Redação Jornal Somos

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Lúcia Michalczyk foi secretária de Turismo, vereadora e hoje está como gestora do PROCON, e visitou a sede do JORNAL SOMOS para contar um pouco sobre sua carreira administrativa, vida pessoal e o PROCON. Leia sobre a seguir.

 

EJ: Quando estava à frente da área municipal de Turismo, sofreu acusações de improbidade. Você pode explicar o que aconteceu?

LÚCIA: Estava (como secretária), mas como não tinha motorista, eu mesma que dirigia e então eu fui a Santa Helena porque estava fazendo um projeto, o Fera (Festival de Esportes Radicais e Aventuras) que já havia sido realizada uma edição e eu queria fazer outras, mas eu queria incrementar. Então, lá em Ouroana que é o lugar do circuito de parapente, na Serra tem uma igrejinha que gostaria de fazer uma Missa, levar anjinhos, velas, essas coisas. A gente faria uma missa campal de manhã, umas 6h da manhã, na alvorada. Apenas quem poderia liberar a igreja para que fizéssemos era um padre da jurisdição de Santa Helena, com quem agendei e fui. Eu aproveitei que eu estava indo à Santa Helena conversar com o padre e levei alguns folders do Festival (Barzinho e Violão), fui a vários lugares deixar os folders, inclusive perto da casa da dona Divina, que eu só conheci depois. Lá perto da casa dela, tem um lugar no qual eu estava deixando a divulgação. Na hora que eu passei, tiraram uma foto do carro lá, do outro lado da rua e colocaram uma foto do corredor da casa dela, ou da frente da casa, de um bar, alguma coisa assim, foi isso que aconteceu. Na época disse que eu tinha gastado em torno de 40,00 ou 30,00 de dinheiro da prefeitura pra ir daqui à Santa Helena, mas não gastei nem isso também. Muita gente ligava e falava para que eu pagasse, e eu dizia que não era questão de pagar. Eu não fiz nada. Ficou provado que eu não fiz nada, isso tudo hoje é arquivado. Inclusive, a Dr. Renata me orientou, me recomendou para que eu deixasse a minha OAB de licença e eu não estou advogando, é tudo licença mesmo em incompatibilidade com o cargo. É ruim isso, se eu errar alguma coisa, eu dou minha mão a palmatória, imediatamente, acho que isso é importante. A gente erra, ser humano erra, nós somos feitos, nós somos construídos a todo o momento e aquilo me machucou muito porque eu não gosto de injustiça, não suporto injustiça com o outro. Eu sou um tipo de pessoa que eu acho que eu posso aguentar tudo, mas o outro eu tenho que proteger, é a minha natureza, eu não aguento a falta de respeito, isso é inato. Aquilo me machucou muito na época, mas eu fui com tudo para mostrar a verdade e está tudo nos laudos. Não tem nenhuma ponta que eles podem falar. E o risco que eu corri? No afã, na vontade de fazer as coisas acontecer, porque cultura e turismo não acontecem em lugar nenhum, não é só aqui em Rio Verde não. O povo esquece disso, eles gostam é de asfalto, esquecem que cultura fomenta a alma, que constrói, edifica o cidadão. Eles esquecem de ver a importância do cidadão ser construído em cima da história não só dele, mas também de onde ele vive

 

EJ: Diante de tantos casos de corrupção que noticiamos, como vê o que aconteceu com você?

LÚCIA: Se eu tivesse praticado um ato de improbidade, acho que o tamanho não importa, a gente tem que arcar com aquilo que a gente faz. Mas não tinha nada consistente, entendeu? Foi mais um ataque pessoal, a mim, ao prefeito na época, querendo sujar a imagem. Então, o fato de pegar uma Secretaria de Turismo que não tinha nada e fazer acontecer na minha gestão, nós fizemos 4 tipos de eventos enormes aqui, que se tivessem dado continuidade, hoje nós teríamos uma cidade turística em eventos. Se aquele ato fosse realmente comprovado, eu tinha que estar até presa, mas aquilo foi ataque pessoal, injustiça. Eu não suporto ser injustiçada, tanto é que foi provado, está encerrado, acabou aquilo, graças a Deus. Sofri muito por conta disso e sofri porque foi injusto, eu não devia.

 

EJ: A advocacia é sua maior base do que você é hoje como profissional?

LÚCIA: A advocacia é muito importante na minha vida, mas eu sou edificada em cima da família, eu sou edificada em cima da minha religião, sou católica e praticante, acredito muito em Deus e a advocacia veio para complementar o que eu sou de positiva, de foco, de responsabilidade, de começar e terminar as coisas. A advocacia apesar de me frustrar um pouco, não pela advocacia em si, mas pela inaplicabilidade, lentidão da lei, então a ineficácia disso me frustra um pouco, como frustra a maioria dos cidadãos , porque a gente aplica, tem esses remédios jurídicos e muitas vezes eles são válidos só para quem tem poder aquisitivo mais alto. Então é complicado, quando você sabe dos direito, quando você vê a injustiça perdurar ao longo dos anos por falta de ter um poder aquisitivo maior. Porque quem tem um poder aquisitivo maior usa de todos os remédios além do poder aquisitivo, das influências, de ser amigo de Césares, de serem amigos dos reis, Maquiavel puro, aplica-se Maquiavel nisso aí.

 

EJ: O que é a política na sua vida?

LÚCIA: A política é para o povo também, claro. Porque hoje, principalmente nós mulheres, a gente além de ter uma visão muito grande do que é a vida, porque está fora e dentro de casa, então quando você está dentro de casa você sabe lidar com as adversidades. A mulher que é mãe é capaz de atender ao telefone, mexer a panela, sacudir o seu filho ao mesmo tempo, ainda tem outras coisas que consegue fazer ao mesmo tempo, três coisas ao mesmo tempo. Quando a mulher entra para política, uma das minhas frustrações é ver quando se compõe uma mesa de autoridade, poucas mulheres. Mas infelizmente o nosso mundo, nosso país é machista ao extremo. As mulheres também são muito machistas, porque geralmente as mulheres não votam em mulheres, elas concorrem entre si, precisamos mudar essa cultura. Pra mim, política é um caminho muito interessante porque precisa ser mais estudado, mais valorizado e que nós mulheres ao ocuparmos cargos de confiança, tragamos mais mulheres para estarem conosco, para também ocupar cargos de confiança junto com a gente. É um caminho excelente, desde que sabendo usá-lo, não para proveito próprio, mas em benefício da comunidade, aí tem resultados muito positivos.

 

EJ: Como você chegou onde está hoje, gestora do Procon?

Como eu sou uma advogada atuante e gosto de política também, nosso prefeito atualmente, com quem possuo amizade há muitos anos, era amigo também do meu pai. Quando fui secretária de Turismo, ele foi secretário de Saúde, a amizade ficou. A Dr. Lilian, mulher dele, também é minha amiga, então nós fizemos essa campanha juntos, trabalhamos juntos. Ele tem um propósito muito grande para a comunidade, o projeto dele é bom para a população, ele veio para servir, entende que precisa retribuir tudo o que já conseguiu de bom da comunidade. Ele tem esse projeto ao qual eu abracei na época da campanha e por isso ele viu em mim uma pessoa que poderia contribuir no projeto de governar Rio Verde, dar um pouco do que a gente tem para a cidade, então ele me convidou e eu aceitei. Estou à frente, gostando muito, porque está dentro do meu ramo, dentro da advocacia, onde posso ajudar as pessoas e gosto muito de ajudar.

 

EJ: Que tipo de consumidores devemos ser?

Nós devemos ser aqueles consumidores que entendem seus direitos, que conhecem os seus direitos e que luta por eles, não aqueles consumidores que brigam por qualquer coisa. Por exemplo, quando alguém compra um eletrodoméstico, é direito dele testar antes esse produto, se está funcionando adequadamente, exigir nota fiscal e não ter pressa para escolher os produtos, deve haver zelo, cuidado ao comprar.

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