quarta-feira, 24 de abril de 2024

Rio Verde

Entrevista com coordenador artístico Edgar

POR Jornal Somos | 10/07/2018

Véspera da 60ª Expo Rio Verde, o coordenador artístico e responsável pelos shows (aguardados) fala ao SOMOS contando mais detalhes.

Entrevista com coordenador artístico Edgar

Mariane Faria

E

Edgard Leão Martins Neto já está a frente da coordenação artística do Sindicato Rural de Rio Verde à 6 anos e vê todas as programações que já montou com entusiasmo, mas deixou claro durante a entrevista que este ano foi muito pensada para oferecer à população e visitantes os melhores shows com preço justo.

 

Quais são as expectativas para os shows da Expo Rio Verde deste ano?

 

Nos outros anos nós sempre contratávamos, vamos dizer, “dois medalhões” e deixávamos “dois buracos”, com artistas menores para trabalhar o orçamento que a gente tem. Esse ano como são os sessenta anos, a diretoria aumentou um pouco nosso orçamento e nós conseguimos trazer uma “grade padrão”. Estamos hoje com Marília Mendonça que é a maior artista feminina do cenário sertanejo atual, bem como a dupla Bruno e Marrone que nem preciso dar explicações. O Felipe Araújo, que é uma promessa muito grande, como irmão do Cristiano Araújo, a gente acredita que quem gosta do Cristiano, vai gostar de ir ver o irmão dele. No domingo a gente tem Henrique e Juliano, outro sucesso, sendo o segundo canal de música mais visto no Youtube Brasil, perdendo apenas para a Marília. Nós conseguimos fazer essa grade padrão para privilegiar os 60 anos da festa. Dando tudo certo neste ano, se Deus quiser, ano que vem trabalharemos mais em shows maiores.

 

Diante a crise econômica que vivemos, sobre tudo o que as pessoas têm reclamado tanto, você acha que elas terão financeiro para pagar tudo isso?

 

Da parte do sindicato, a gente faz de tudo para amenizar. Não tem uma festa no Brasil hoje que você consegue assistir um show da Marília Mendonça por trinta reais. Se pegar o histórico, começamos a vender no final de fevereiro e começo de março, a gente vendia passaporte para todos os dias de festa e saia menos de doze reais. Então, o sindicato não busca o lucro, busca fechar o custo do evento. A gente roda para ver como está sendo a realidade dos outros estados, qual atração está levando mais público. Qualquer festa que você vai o custo sai oitenta reais na pista. Aqui é trinta reais pista e oitenta extra-vip. A gente sabe que a maioria das pessoas não vai ter condição de ir todos os dias, então escolhe ir no show da Marília Mendonça e em outro show. Com o passaporte e esses valores “populares”, acreditamos que a população vai responder bem, como já está respondendo. O número de vendas é o maior que já tivemos nos últimos sessenta anos e nos últimos seis anos que estou à frente. Já vendemos praticamente igual ao ano passado e ainda faltam alguns dias para o show. Então, a resposta está vindo, a população merece shows bons, a gente sempre priorizou a qualidade, mas, como estavam pedindo shows que tocam muito, nesse ano, com os sessenta anos, a gente trouxe. Vamos torcer para a população de Rio Verde responder e ir.

 

Tem uma coisa em especial que o pessoal reclama muito nessa época, principalmente quem mora ali perto: sobre o barulho. Como que vocês tentam equilibrar isso?

 

O que acontece é que a cidade cresceu e o parque já estava lá, então, quem mudou para lá já mudou sabendo que lá havia um parque, já é uma premissa. Quando você muda para o lado de um estádio você tem que saber que aos sábados e aos domingos ao longo do dia vai ter um futebol. Da nossa parte, tentamos entregar o show o mais cedo possível. Então, nos últimos anos, encerrávamos os shows no máximo uma hora e meia da manhã. Sei que é difícil e que as vezes é um transtorno para a população, mas, eu acho que os benefícios para a cidade de Rio Verde são grandes. Envolve turismo, envolve muita gente da região, mobiliza o comércio de roupas, alimentação, existem muitos ambulantes que ficam na região. A gente gera, por exemplo, só na parte de shows mais de quinhentos empregos diretos. Então, acredito que os benefícios são maiores do que um barulho que vai até uma e meia da manhã. Quando os shows acabam, ficam as barracas, mas o barulho é menor e mais suportável. Acho que, na verdade, o benefício é maior que o transtorno. É só uma época do ano, acho que a população ao redor tem que entender. No meu ponto de vista, muita gente ao redor fatura nessa época, porque alugam suas garagens ou colocam uma barraca e alugam para ser estacionamento.

 

No período dessas festas, a segurança chama a atenção, ainda mais no atual contexto social. Qual será o diferencial para deixar a população um pouco mais tranquila quanto ao nível de segurança de quem for à festa?

 

Trabalhamos com mais de cem homens de seguranças privados contamos com o reforço da polícia militar. Dentro desses seis anos que estou lá, nunca houve uma ocorrência grave dentro do parque. Ao redor já tivemos vários problemas, mas nada grave. O policiamento de Rio Verde dá um suporte muito grande para nós. Pedimos esse reforço porque a população merece segurança lá dentro. Mas o que pode ser feito da parte do sindicato, é o trabalho com mais de cem homens que são seguranças treinados e especializados e legalizados.

 

Muita gente reclama que a festa deveria ter, pelo menos, um dia de portas abertas. Porque isso não acontece?

 

O sindicato tem custos, não só com os shows, mas com seguranças, estrutura e uma série de coisas e não é da nossa alçada fazer shows gratuitos, quem pode realizar esse tipo de evento é o poder público. Quem tem que oferecer shows gratuitos para a população é o governo, município. Da parte do sindicato não há como realizar um show de graça. Na região, as festas gratuitas quem realiza é o poder público, o sindicato não faz. Então, o que sindicato pode fazer é diminuir o valor do ingresso, mas, para isso, devemos ter uma quantidade de pessoas pagantes no evento, esse ano vamos arriscar para prestigiar à população. Infelizmente o sindicato não dá conta.

 

Algum recado especial você queria dar em relação aos shows para a população?

 

O país atravessa um momento muito ruim, muita falta de dinheiro, entendemos isso e não é culpa nossa, que fique bem claro. É culpa dos governos que passaram e acabaram com o nosso país. Mas a nossa parte fazemos de tudo, a ordem do nosso presidente é pagar a festa, ninguém quer ter lucro, quer que a festa se pague. Então, quando vamos fazer um planejamento, jogamos o custo e o valor dos ingressos, trabalhamos em cima do mínimo para conseguir pagar. Agora é hora da população retribuir, a gente trabalha muito para trazer esses shows e o rodeio, para chegarmos aos sessenta anos sendo uma das únicas festas do país que não deixou de ser realizada em nenhum ano. Então, vamos lá, vamos comprar ingressos antecipados, escolher o dia e prestigiar essa festa que leva o nome de Rio Verde por todo o cenário nacional.

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