quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (21), o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Adelson Candeo deu mais detalhes sobre o caso do menino Derick Luca, de dois anos, que foi morto pelo padrasto neste domingo (20) no Parque Bandeirantes.
O delegado informou que, depois de dada a morte encefálica da criança, o médico legista relatou várias lesões antigas foram encontradas no menino no abdômen, marcas de queimaduras, lesões nos braços, na cabeça, nas orelhas, e inclusive uma fratura no braço direito.
Segundo Candeo, após ter conhecimento sobre o caso, policias da Companhia de Policiamento Especializado (CPE) abordaram o padrasto do menino, que na residência disse que a morte da criança foi causada por uma queda da cama, o que não seria possível.
A CPE então conduziu o indivíduo à delegacia e deu voz de prisão a ele, que contou a verdadeira versão da história. Segundo o indivíduo, assim que mãe da criança saiu para trabalhar as 04h30 da manhã, o menino levantou, porém fez barulho. O padrasto então jogou a criança em um colchão no chão com força, após a tentativa da criança de levantar de novo ele jogou ela novamente e ela perdeu os sentidos e começou a convulsionar. No hospital, poucas horas depois, o menino sofreu de morte encefálica.
Os policiais iniciaram as investigações e procuraram a babá, que é menor de idade, e ficava com o menino de segunda a sábado. Ela relatou que a criança aparecia frequentemente com várias lesões, “quando questionava a criança sobre as lesões ela falava “papai”, provavelmente se referindo ao padrasto, já que não convive com o pai”, informou o delegado Adelson.
A babá ainda relatou aos policiais que não tinha como lavar a cabeça da criança porque ela sempre chorava de dor e que a criança tinha medo constante. Além de que o menino não interagia com outras crianças e não possuía comportamento ativo.
Nenhuma ocorrência foi registrada sobre as agressões que a criança sofria. Os policiais acreditam que a mãe era conivente às agressões já que nenhuma denuncia foi registrada.
“A omissão da mãe diante das agressões é um forte indicativo de conivência. A mãe convive com o homem a cerca de três meses, a criança tem dois anos. Três meses são mais que suficientes para saber se uma criança está sendo agredida, que ela possui várias marcas inclusive de queimaduras”, relata o delegado do GIH.
O padrasto foi autuado por homicídio triplamente qualificado, vai responder a uma pena de 12 a 30 anos de reclusão, deve ser julgado pelo tribunal do júri, e foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória (CPP).
A mãe foi encaminha a delegacia e interrogada, não ficou presa em flagrante, mas com o avanço do inquérito policial das investigações deve ser apurada uma eventual conivência por parte da mãe, inclusive nas agressões das quais a criança era vítima, já que ela tinha várias marcas de lesões anteriores e possivelmente atendimentos médicos anteriores.
Uma das providências já oficiadas é determinar aos hospitais para que informem quais foram as circunstâncias em que a criança foi atendida, quem encaminhou e porquê para verificar o grau de conhecimento que a mãe tinha das agressões.
Outras pessoas devem ser ouvidas durante o prazo de inquérito policial que é de 10 dias, até o indiciamento e o encaminhamento do procedimento.
A Polícia Civil não encontrou o pai biológico da criança.
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