sábado, 23 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na manhã desta quarta-feira (21/12), o engenheiro agrônomo e consultor de mercado e agronegócio, Ênio Fernandes, participou do programa Papo Líder, da Rádio Líder 95 FM, para falar um pouco sobre as expectativas para o mercado no próximo ano com a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o profissional, em seu primeiro mandato, iniciado em 2003, Lula levou pessoas “extremamente técnicas” nas “áreas fundamentais”. “Em algumas áreas ele pôs parceiros políticos, mas nas áreas cruciais ele pôs pessoas extremamente técnicas”, afirmou Ênio. Entre as áreas fundamentais, o consultor cita a Saúde e a Fazenda.
Ênio aponta que o mercado tem se preocupado com as declarações de Fernando Haddad (PT), escolhido por Lula para ser o ministro da Fazenda. De acordo com ele as declarações agradam pessoas que não estão familiarizadas com o assunto, mas não são de acordo à realidade.
“Para ser uma nação rica é raro, o mundo tem 198 países, você não tem 10/12 países que tem uma qualidade de vida altíssima, são no máximo 8. Até a Itália está passando por problemas graves. Então é preciso fazer uma gestão bem feita”, explica o especialista.
Sobre o futuro, o consultor avalia que o Brasil será mais complacente com a dívida fiscal. Como exemplo ele cita a aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados da chamada PEC de Transição que amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões por um ano para manter o pagamento do Bolsa Família em R$ 600.
“Eu vou para 37 ministérios, eu vou inchar a máquina pública, vou inchar gastos, e no final do dia quem tem renda de R$ 2.500 até R$ 17 mil por mês é quem vai sofrer”, destaca Ênio.
O especialista destaca que é um pré-julgamento, já que ainda não houve a posse do governo Lula.
O profissional aponta que o mercado externo para o Brasil não está favorável, devido à inflação e às taxas de juros, e que com isso há dificuldade em investir.
Governo Lula e crise
Perguntado se a experiência de Lula, neste momento de crise que o mundo enfrenta com alta inflação, pode ajudar o Brasil, Ênio responde que sim. “Nós temos que entender que ninguém acorda dizendo assim: ‘eu vou destruir um país’ não funciona assim, você tem visões de mundo diferentes. Eles vão tentar implementar o que estão falando”, explica o profissional. Ele completa explicando que acredita que Lula terá uma adaptação rápida por, segundo ele, não ter medo de descartar quem não compactua com seus ideais.
Aceitação do Mercado
Durante a entrevista, Ênio Fernandes também detalhou sobre o que é o Mercado. De acordo com o engenheiro agrônomo, o mercado é a população. “O mercado somos todos nós tomando nossas decisões”.
Segundo Ênio, o que acontece é que “quando estamos em uma má gestão, quem tem mais conhecimento, começa a entender que o juro vai subir ou vai se manter alto, então ele toma as decisões dele com as visões que ele tem do mercado de juros e mercado de câmbio”, explica o consultor de mercado e agronegócio.
O que significa a PEC do Estouro para a economia?
Sobre a PEC, Ênio lembra que as despesas do Auxílio Brasil, que voltará a ser chamado de Bolsa Família, usa apenas R$ 75 bilhões do teto de gastos de R$ 145 bilhões, e que os outros valores serão usados para outras despesas.
“O mercado financeiro não quer saber sobre o teto de gastos, ele quer saber ‘você vai me pagar?’ se você pega muito dinheiro emprestado e não consegue pagar a dívida, só paga os juros, os seus juros são mais altos. Se você não paga nem os juros totais, eles são muito mais altos”, explica.
"Quanto mais a gente gesta pior, mais a gente sua dinheiro do capital produtivo para quem ganhar com juro especulativo”, finaliza.
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