sábado, 29 de junho de 2024

Rio Verde

Como pedir socorro em casos de violência?

POR Jornal Somos | 27/02/2019
Como pedir socorro em casos de violência?

Foto: Jornal Somos

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Recentemente um caso veio a mídia e nos fez pensar como ou quando as pessoas vão socorror o outro. A paisagista Elaine Perez Caparroz foi agredida por 4 horas na semana passada e chocou a todos. Ontem, em entrevista especial a um programa de televisão, a vítima afirmou que não irá parar nem ser fraca, que quer justiça e falar do assunto, pois ela acredita que pediu socorro por tempo demais até que alguém a ajudasse. Em relação a casos como estes, o Cabo da Polícia Militar Vinícius dos Santos Silva cedeu ao JORNAL SOMOS dicas importantes de como se defender, denunciar ou ajudar como testemunha de alguma agressão.

 

 

“Hoje estamos vivendo uma sociedade muito individualista, como orientação da das forças de segurança da Polícia Militar é interagir com os vizinhos, hoje a gente se fecha e se tranca devido a questão da violência e o que a gente pode oferecer de dicas e orientações para essa população que sofre esse tipo de agressão, tanto que é grande ainda na nossa sociedade, que a violência contra a mulher, o feminicídio tivemos até um recente em Rio Verde e conseguimos prender o autor na terça-feira (19) em menos de 48 horas, que é importante também dar essa resposta à população daqui que quer a resposta imediata e quer a punição. Na orientação de prevenção, uma das dicas é tomar muito cuidado com aplicativos, no caso da moça foi o aplicativo” orientou.

 

 

O Cabo explica quais são as orientações da Polícia militar quanto ao pedido de socorro. “Nessas medidas de estresse ou de violência, às vezes no individual, isolado dentro da residência, até os gritos de socorro têm que ser de forma diferente para tentar chamar atenção do vizinho ou do pai ou da mãe e primordial avisar e informar com quem você está dentro de casa, às vezes temos essa falta de comunicação dentro de casa, que talvez conheça um colega mas não quer contar aos pais, então o grito de socorro em casos de violência é importante ressaltar porque, o grito só por socorro vai afastar a ajuda pessoal ou coletiva naquele momento. Então orientamos dar outros gritos como “incêndio” ou “fogo” que vão estar chamando atenção da população para estar ajudando a jovem ou então seja feminino ou masculino que está sofrendo ali algum tipo de agressão”

  

 

Outra dica de segurança é para pessoas tímidas que preferem se relacionar com outras por aplicativo. “É primordial que essa pessoa que seja tímida, tente conversar primeiramente em família ou procure uma terapia seja de relacionamento, porque hoje temos profissionais específicos que trabalham com essa questão da timidez. O que a gente alerta, principalmente quando os casos de violência praticados com indivíduos de aplicativos é muito grande, não recomenda estar utilizando esse tipo de aplicativo, exclusivamente o aplicativo é válido, mas vamos usar com cuidado e com controle com quem você convida e com quem você fala. Quando falamos em aplicativo, falamos até em questão da rede social, a exposição elevada da particularidade, dos momentos de diversão de viagem podem estar atraindo um olhar de um bandido, para assim estar observando as suas características, sua rotina e estar praticando atos infratores contra você”.

  

 

Vinícius orienta o que pode ser feito para evitar os casos de violência como a importunação sexual com mulheres. “Eu estava observando também, durante essa semana uma dica legal e eu acho prática também e é válido principalmente para mulher que nós chamamos que é a minoria de sexo frágil, que não tem nada de frágil, mas a gente às vezes fala de forma erronia a questão do sexo frágil mas é fortalecendo, numa cidade que ainda é muito machista, que o corpo da mulher quando ela fala ‘não é não’, a vestimenta dela tem que ser respeitada, independente de cada estilo, às vezes o homem observa uma senhora ou uma moça com a vestimenta mais curta, chama atenção começando a provocar, assediar, seja na rua ou no ambiente de trabalho também que ainda existe. É a questão do próprio homem, do verdadeiro homem como cidadão, que tiver observando qualquer tipo de assédio ele tem que tentar ajudar. Uma dica que eu vi, é que se você ver que uma mulher está sendo seguida ou está sendo assediada, é segurar na mão dela e dizer: “estou aqui para te ajudar e a acompanhe” para que o outro rapaz perceba como se ela estivesse acompanhada com outro homem, seja um possível namorado ou possível marido. A própria população tem que ajudar, vemos muito a questão de acomodar ou aceitar aquela situação achando normal esse assédio, seja verbal ou sexual mesmo, que passa a ser o contato mais direto”.

 

 

Quanto ao assédio no trânsito sofrido por mulheres, o militar orienta:  “Para as mulheres a gente tenta na medida do possível, sabemos que hoje a motocicleta é um meio de locomoção mais barato do que um outro veículo, tentar sempre observar caminhos com mais pessoas ou um trânsito maior, não passar sozinha em ruas menos movimentadas. Hoje essas ações de violência vem acontecendo em lugares de pouco movimento e escuro, existe toda uma política, assim pela parte dos órgãos, que é buscar a melhoria na iluminação, nas vias de acesso da cidade. Eu acredito que é tentar se locomover em locais mais movimentados, seja por deslocamento para o trabalho, seja para escola ou para casa, optar por rotas alternativas que sejam mais movimentadas para garantir uma segurança e as vezes se possível um apoio também”.

 

 

 

“Quero reforçar que todos, sejam mulheres, jovens, estudantes, que se desloquem em grupos quando possível. Nossa cidade é uma cidade média, então podemos ter colegas que moram no mesmo bairro, então que se divida o combustível, como aquela carona solidária, porque ao sair do trabalho entre colegas pode garantir maior segurança, essa dica vale para os estudantes também. Dizem que o deslocamento individual, infelizmente faz com que seja uma vítima fácil independente se é mulher ou homem. A polícia militar está ai para dar apoio, juntamente com a guarda municipal agora também, a polícia civil, qualquer movimentação estranha acione a polícia, orientamos a população para que denuncie, nos ajude a garantir maior segurança em nossa cidade” conclui.

 

 

 

O lutador que espancou paisagista por 4 horas virou réu por tentativa de Feminicídio

 

 

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou nesta terça-feira (26) a denúncia do Ministério Público estadual e decretou a prisão preventiva (por prazo indefinido) do lutador de jiu-jitsu Vinicius Batista Serra, acusado de tentar matar a paisagista Elaine Perez Caparroz.

 

 

 

Na decisão, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, titular da 3ª Vara Criminal do Rio, pondera que, caso medidas como a Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio não sejam respeitadas, cabe então ao poder judiciário a "pacificação do seio social e o bem estar de envolvidos em casos concretos".

 

 

 

Abrahão determina, ainda, o encaminhamento imediato de Elaine Caparroz para atendimento junto ao Projeto Violeta/Laranja, que tem como objetivo viabilizar o atendimento psicológico, em razão da violência sofrida.

 

 

 

Projeto Violeta/Laranja

 

 

O Projeto Violeta/Laranja, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, garante proteção à mulher vítima de violência doméstica e familiar. Ele também permite a celeridade na tramitação das medidas protetivas de urgência, garantindo a segurança da mulher, vítima de violência doméstica.

 

 

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