quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto de Ermelino Netto
Após a suspensão das sessões ordinárias do mês de março na semana passada, os vereadores de Rio Verde retomaram nesta semana com discussões quentes no plenário da casa. Em assuntos parlamentares acompanhamos uma batalha pela sua verdade. Os vereadores Gerlos Mendonça (Patriota), Luiz Encanador (Patriota), Lucia Batista (PSB) e Cabo Moraes (MDB) se inscreveram em assuntos parlamentares no início da semana. Primeira a falar, Lucia Batista partiu pra cima da educação afirmando que o setor de educação do município necessita de melhorias. Até mesmo, uma de suas reclamações é o fato de Rio Verde perder recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Conforme relatou a vereadora, não houve redução de desigualdade associado com a qualidade de ensino e a cidade não apresentou melhorias nos indicadores de aprendizagem. “E olha que já fomos referência no Estado e no Centro-Oeste”, comentou. E o tanto de investimentos em containers nas salas de aulas. “Isso precisa ser acompanhado”, complementou.
Em seguida, o vereador Luiz Encanador defendeu o serviço na área de educação em Rio Verde, afirmando que é um dos melhores do Estado. “Não vejo ninguém ligando nas emissoras de rádio para reclamar da educação do município e nem vejo pais de alunos se queixarem com secretários e prefeito. Por que a vereadora não fala dos trabalhos que a gestão municipal fez em prol do setor”, disse, se referindo à Lucia.
Na sua vez de falar, o vereador Cabo Moraes partiu pra cima da empresa concessionária do serviço de energia em Goiás criticandoa Equatorial pelo serviço de fornecimento da energia elétrica em Goiás, situação que, conforme disse deixou muitos produtores no prejuízo. Na opinião do parlamentar, a empresa não tem o mínimo de comprometimento. “Fazem um contrato que ninguém dá conta de quebrar. Passam o bastão da incompetência, mas não podemos ficar de braços cruzados”.
Por fim, o vereador Gerlos Mendonça, líder do prefeito em defesa da educação municipal, disse que o município gasta em média mais de R$200 por aluno, lembrando ainda que os profissionais de educação são treinados e capacitados com cursos mensais.
Sobre as críticas a respeito de algumas salas de aula do município ser feitas de containers, Gerlos respondeu que, na verdade, as salas são modulares. “Container é aquele transporte marítimo que quando coloca um ímã na parede, ele gruda. Os alunos até preferem estudar nelas do que nas de alvenaria. Foram colocadas mais estruturas como estas para ajudar na complementação das vagas. Antes havia fila na porta das escolas”, comentou.
Além do mais, Gerlos avisou que em Rio Verde, são programadas três licitações para colégios padrões século 21 e mais três creches de alvenaria.
Em destaque no início da semana, também foi apresentado projeto deautoria do vereador Ronaldinho Cruvinel, que dispõe sobre o controle populacional de cães e gatos em Rio Verde e da sua política pública. Parabéns aos senhores vereadores, é discutindo os projetos e defendendo seus pontos de vistas que a população fica mais bem informada.
MAIS PRAZO PARA CADASTRAMENTO DE ARMAS DE FOGO
Assunto sempre muito polêmico continua dando o que falar no Brasil, a posse e porte de armas de fogo. O governo federal resolveu prorrogar o prazo para o recadastramento de armas de fogo no país. A nova data foi publicada nesta quarta-feira (29). O prazo, que venceria na próxima segunda-feira (3), foi adiado em 30 dias, para o dia três de maio.
Nos últimos dias o ministro da Justiça, Flávio Dino, já havia comentado sobre a alteração da data.
O arsenal de armas no país cresceu consideravelmente nos últimos anos devido à política de incentivo e a facilitação de compra dos objetos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o governo, a mudança no prazo atende a um pedido de parlamentares ligados ao setor de segurança pública. O grupo é conhecido como "bancada da bala".
Segundo aponta o decreto federal, as "armas de fogo de uso permitido e de uso restrito adquiridas a partir da edição do Decreto nº 9.785, de 7 de maio de 2019, serão cadastradas no Sistema Nacional de Armas",mesmo aquelas que já estão cadastradas em outros sistemas no país.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM OS NOSSOS ADOLECENTES?
O Brasil registrou 22 ataques de violência extrema em 23 escolas desde 2002, segundo levantamento da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O número, que pode não parecer tão alto, é alarmante se considerado o recorte mais recente: mais de um terço (9) desses registros ocorreu desde junho do ano passado.
Especialistas jogam luz nessa escalada de violência nas instituições de ensino e afirmam que, de modo geral, casos midiáticos e de repercussão nacional tendem a influenciar potenciais autores, inclusive devido a falhas na cobertura jornalística.
“Isso influencia os próximos. Se observarmos os ataques, são sempre parecidos com algum outro que já ocorreu, e muitas vezes baseado nesses, como no de Suzano, por exemplo”, afirma Elaine Alves, psicóloga com pós-doutorado em luto, emergências e desastres do Instituto de Psicologia da USP.
O massacre na E.E. Raul Brasil, no município da Grande São Paulo, em março de 2019, exemplifica o argumento da psicóloga.
Os dois autores possuíam inspiração no ataque em Columbine, nos Estados Unidos, 20 anos antes, e parte dos métodos foi seguida na última segunda (27), na zona oeste de São Paulo, quando uma professora foi morta a facadas por um adolescente.
Essa corrente de influências se deve também à divulgação massiva de informações e imagens relacionadas aos autores na mídia e nas redes sociais, afirma Alves.
Por isso, o EWA (EducationWritersAssociation), entidade americana de jornalistas que cobrem educação, recomenda evitar a exposição excessiva dos nomes e fotos de autores e das cenas do ataque, a fim de não fornecer uma forma de atribuição de heroísmo aos agressores.
Dado o cenário crescente no número de casos de ataque, a tendência é que mais eventos aconteçam, lamenta Cleo Garcia, mestranda em educação na Unicamp e especialista em justiça restaurativa.
Dos 22 ataques levantados pela Unicamp, em 12 os autores se utilizaram de armas de fogo. Desses, ao menos seis tinham a arma em casa. Outros quatro as compraram por terceiros e dois as adquiriram de origem desconhecida. Este é um assunto que a população precisa colocar nas suas preferencias para discutir, afinal o que está acontecendo com os nossos adolescentes?
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