quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Uma grande preocupação do staff dos candidatos que disputam o segundo turno das eleições brasileiras é com a abstenção. No primeiro turno o número de pessoas que não foram votar assustou e a preocupação aumenta no segundo turno, principalmente devido ao feriado de finados no dia 02 de novembro. O partido REDE solicitou ao TSE que autorizasse o transporte público gratuito no dia da eleição visando motivar o eleitor a ir votar e usou uma lei de 1974, editada durante o regime militar, para embasar a sua solicitação.
Em reunião no cenário virtual na noite da última quarta-feira (19), O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para confirmar a decisão do ministro Roberto Barroso que autorizou prefeitos e empresas a oferecer transporte público gratuito no dia das eleições. O ministro ressaltou, porém, que tanto as prefeituras como as concessionárias de transporte precisam atuar sem discriminação de qualquer posição política. Ou seja, a liberação valerá para todos os eleitores independentemente de preferência partidária, entendendo que se trata da garantia constitucional do direito de voto.
A preocupação com a decisão é de que prefeitos usem desta gratuidade para fazer campanha em prol do seu candidato, o que é proibido. O Ministro, em seu despacho, citou “Fica reconhecido que os municípios podem, sem incorrer em qualquer forma de ilícito administrativo, civil, penal ou eleitoral, promover política pública de transporte gratuito no dia das eleições, em caráter geral e sem qualquer discriminação, como forma de garantir as condições materiais necessárias para o pleno exercício do sufrágio ativo por parte de todos os cidadãos. Nesse caso, as empresas concessionárias ou permissionárias de transporte público municipal deverão atuar colaborativamente para garantir a efetividade da medida”.
É bom ressaltar que a decisão não obriga as prefeituras e as concessionárias a fornecerem o transporte gratuito, apenas impede que eles sejam processados, caso decidam pela gratuidade.
VIRADA POSSÍVEL MAIS IMPROVÁVEL
Faltando nove dias para a eleição, estamos presenciando um vale tudo atrás do voto. E as pesquisas eleitorais, antes tão criticadas, agora estão servindo de suporte para as campanhas. Cada campanha esta olhando para a pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (19) com um olhar diferente e tirando dela conclusões positivas. E é o que elas estão fazendo nesse momento. No lado de Bolsonaro está se dizendo que ele está empatado com Lula, ainda que no limite da margem de erro: Lula tem 49%, pode ter 47% ou 51% E Bolsonaro tem 45%, pode ter 43% ou 47%.
Mas Lula pode comemorar que nesses 20 dias de campanha acirrada do segundo turno, tudo o que Bolsonaro conseguiu diminuir foi 1 ponto percentual, o que é oscilação, na verdade. Se analisarmos as pesquisas Datafolha do segundo turno, Lula teve 49%, 49% e 49%. O atual presidente teve 44%, 44% e agora 45%.
Bolsonaro pode dizer que, depois dos dias ruins, como o episódio de Aparecida, em que apoiadores constrangeram sacerdotes e fiéis, e o caso do 'pintou um clima', ele não perdeu pontos. Não recuou, mesmo com toda essa exposição negativa. E o presidente pode comemorar que a diferença entre os eleitores que recebem o Auxílio Brasil caiu de 13 pontos de uma pesquisa para outra: era 29 pontos e agora são 16 de diferença.
Já Lula pode festejar o fato de que com todo o uso da máquina, ele permanece na frente. Nesse caso dos que recebem Auxílio, a margem de erro nos grupos é de 6pp, quando se olha a queda da diferença não foi tão grande. Há duas semanas, a diferença para Lula era de 19 pontos. Agora é de 16 pontos neste grupo. Bolsonaro pode dizer que continua avançando entre os evangélicos e, mais importante, que garante a dianteira boa no Sudeste, que tem 42% do eleitorado brasileiro, a mais estratégica das regiões. Lá está 50% para Bolsonaro e 43% para Lula. E ainda, continua a ter nove pontos na frente entre as mulheres, que é a maioria do eleitorado, 53%. Entre quem ganha dois salários mínimos têm vinte pontos na frente. No Nordeste, permanece com uma diferença de 38 pontos (era 41 há uma semana).
A disputa está na reta finalíssima, e Lula permanece na frente. Só que Bolsonaro pode dizer que avançou e inclusive que a avaliação do seu governo melhorou nesse período. Ou seja, cada um pode olhar para a pesquisa de uma determinada forma.
COMO O PRÓXIMO GOVERNO VAI RESOLVER O ENDIVIDAMENTO DO POVO BRASILEIRO
O endividamento das famílias avançou neste ano e bateu recorde, em meio à corrida eleitoral para presidente da República, limitando a capacidade de consumo da população e impulsionando a inadimplência. O próximo presidente eleito terá de lidar com o tema.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias endividadas atingiu 79,3% do total de lares no país em setembro. Nas casas com renda inferior a 10 salários mínimos, o endividamento superou os 80% pela primeira vez.
A pesquisa considera dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quatro em cada dez brasileiros adultos (39,71%) estavam negativados em setembro de 2022 – o equivalente a 64,25 milhões de pessoas, um novo recorde da série histórica do levantamento, realizado há oito anos.
Em seu plano de governo, protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo Partido Liberal, não cita diretamente o assunto.
O documento traz críticas ao "modelo de gestão anterior" e informa que o "novo modelo", implantado desde 2019 no país, produz e distribui riqueza, gerando "recordes" na geração de empregos, aumentando os benefícios sociais para os mais vulneráveis e facilitando a abertura de novas empresas.
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva avaliou, em seu plano de governo protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a renda familiar dos brasileiros e brasileiras desabou e o endividamento das famílias explodiu.
"Vamos promover a renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas por meio dos bancos públicos e incentivos aos bancos privados para oferecer condições adequadas de negociação com os devedores", diz o documento.
Segundo o plano de governo, a ideia é avançar na regulação e incentivar "medidas para ampliar a oferta e reduzir o custo do crédito, ampliando a concorrência no sistema bancário". A verdade é que me parece que nenhum dos dois sabe o que fazer para resolver esse abacaxi enorme a partir de 2023.
Coluna escrita por Cairo Santos - Jornalista Político e Esportivo
Contato: (64) 98116-3637
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.