quarta-feira, 03 de julho de 2024

Rio Verde

Coluna Cairo Santos: O HORÁRIO ELEITORAL AJUDOU A DEFINIR O VOTO?

POR Jornal Somos | 26/10/2022
Coluna Cairo Santos: O HORÁRIO ELEITORAL AJUDOU A DEFINIR O VOTO?

Imagem: Reprodução/Assembleia do Espírito Santo

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O horário eleitoral gratuito chega ao final sexta-feira (28) com uma enxurrada de denúncias e acusações de lado a lado. O que se pergunta é até onde este gasto do dinheiro público é aproveitado? Será mesmo que esse horário gratuito no rádio e na televisão tem servido para alguma coisa?

 

Por exemplo, qual o grande problema que o Brasil vive hoje que ganhou destaque na propaganda com sinais de solução que ajudou você a definir o seu voto? A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), aponta que, em média, 1 milhão de brasileiros por ano desceu abaixo da linha da pobreza entre 2015 e 2018 —quando 6,5% da população estava classificada como pobre, o maior índice da série, iniciada em 2012. Para traçar a linha de pobreza, o IBGE usou como parâmetro estudos feito pelo Banco Mundial. "Ainda que haja discussões sobre diferentes linhas de corte e como adaptá-las aos padrões de vida e às necessidades de cada país, o valor de US$ 1,90 diário per capita em PPC [Paridade de Poder de Compra] é atualmente o limite para a definição da pobreza global", diz o estudo.

 

Em valores atuais, US$ 1,90 equivale a um valor um pouco mais de R$ 10,00. Segundo o IBGE, entre 2012 a 2014, houve redução de 1,3 pontos percentual na proporção de pessoas com rendimento inferior a US$ 1,90 por dia, quando ela chegou ao menor índice: 4,5%. Em 2015, o percentual começou a subir e, em quatro anos, aumentou de 2 pontos percentuais, até 2018 resultar em 6,5% da população brasileira com rendimento inferior a US$ 1,90. "Este percentual é equivalente a 13,5 milhões de pessoas, contingente superior à população total de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal", diz estudo.

 

O levantamento ainda traz uma série de dados que mostra a restrição de muitos brasileiros ao acesso a serviços básicos, como educação, saneamento e internet.

 

Esse sim, seria um assunto que eu gostaria de ver discutido pelas campanhas dos candidatos e saber qual a solução do problema, mas não aconteceu.

 

A GUERRA AGORA É DOS NUMEROS

 

Uma pesquisa do Datafolha, contratada pela TV Globo e o Jornal Folha de S. Paulo, divulgada no final de semana após as eleições do 1º turno, no sábado (8), mostrou que cerca de 10% do eleitorado decidiu o voto no dia da eleição ou na véspera. Aqueles que tomaram a decisão no dia da votação chegaram aos 7%, enquanto os que decidiram na véspera foram 3%. Isto é, um em cada dez eleitores decidiu em que candidato votar para presidente horas antes de ir à urna. Por outro lado, 81% já tinham definido o voto para presidente um mês antes das eleições. Os demais decidiram 15 dias antes (6%) ou faltando uma semana para o pleito (4%).

 

Há poucos dias do 2º turno, um levantamento do Ipec, divulgado na segunda-feira, 24, destacou que 93% dos brasileiros já decidiram o voto para presidente da República. Nesse sentido, a pesquisa apontou que apenas 7% dos eleitores podem mudar de opinião de cada lado da disputa. Os pesquisadores buscaram saber a porcentagem definitiva de eleitores de cada candidato que não irão mudar de jeito nenhum de opinião. Entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 93% dizem que já se decidiram, porém, outros 7% afirmam que podem mudar e 1% disse que não sabe ou não respondeu. Já no caso dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL), 95% dizem que a decisão é definitiva, sendo assim, apenas 5% disseram que ainda podem mudar. Isto é, na corrida eleitoral, o presidente conta com um eleitorado mais fiel.

 

Para alguns especialistas, o eleitorado que oscila, estando com um candidato ou com o outro, trata-se de um eleitor comum, que não consome grande volume de informações sobre a política. Assim, qualquer situação às vésperas da eleição, pode fazer com que esse eleitor mude o voto ou decida não comparecer nas seções eleitorais. O cientista político Josimar Gonçalves explica que o eleitorado que não definiu o voto até o momento é chamado de eleitor volátil, pois pode mudar de opinião facilmente, diante de qualquer conjuntura. Essa característica do eleitor “volátil” pode ter ocorrido no primeiro turno. Para se ter ideia, para a votação do último dia 2, o maior percentual de pessoas que deixaram a decisão para a última hora está entre aqueles que haviam declarado voto em Simone Tebet (MDB). Nesse caso, o índice foi de 25%. Entre os eleitores de Ciro Gomes (PDT), 18% apenas definiram para quem votar entre a véspera e o dia da eleição.

 

Para Gonçalves, com a proximidade do 2º turno das eleições e em meio a um pleito fortemente polarizado, alguns analistas passaram a descrever a atitude do eleitor que não se manifesta sobre a preferência de candidato como parte do fenômeno que passou a ser conhecido como “voto envergonhado” ou até mesmo “voto amedrontado”. “Isso quer dizer que os eleitores deixam de expressar sua preferência quando questionados em pesquisas por ‘vergonha’ ou ‘medo’. Essa é uma teoria de comunicação de massa conhecida como ‘espiral do silêncio’ é usada para descrever a formação da opinião pública”, cita. E você já definiu o seu voto?

 

QUEM DEVIA DAR EXEMPLO AJUDA A POLEMIZAR UM PLEITO JÁ TÃO POLEMIZADO.

 

Em matéria divulgada em vários jornais da capital do estado de Goiás, se referem a um vídeo que circula nas redes sociais mostrando o deputado estadual Amauri Ribeiro (UB), falando que haverá uma “guerra Civil” se o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições. No vídeo, ele afirma ser reservista e se convocado, vai saber por quem, vai pra rua e “empunhar” uma arma. Procurado, o parlamentar afirma que o vídeo faz referência a uma conversa com amigos no seu gabinete. Essa não é a primeira vez que o parlamentar sobe o tom para desaprovar Lula. Em último vídeo publicado nas redes sociais, ao usar a tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Amauri critica a gestão do PT à frente da presidência da República. “Esse lixo desse quadrilheiro ficou quase 16 anos no poder desse país, aonde foi devolvido dos seus parceiros, dos seus lacaios 25 bilhões. Amo essa nação, a minha bandeira é verde amarela e nunca será vermelha”, conclui. É uma pena que de quem a gente mais espera serenidade e atitudes para acalmar os ânimos já tão acirrados, parta exemplos de intolerância como esse. Oferecemos o espaço caso o deputado queira falar sobre o assunto.

 

Coluna escrita por Cairo Santos - Jornalista Político e Esportivo

 

Contato: (64) 98116-3637

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