quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Foto: Grupo de Teatro Arar'Arte
Panem et circenses, expressão latina que deu origem a uma prática que vem sendo adotada pelas autoridades políticas desde o Império Romano: dar à população “pão” (comida, alimento) e “circo” (diversão, entretenimento) como modo de minimizar riscos de radicalizações e revoltas. Porém, o “circenses” desde o período grego, anterior a este, não é tratado apenas como um mero instrumento de estado pelos profissionais da área. Já em tempos modernos, longe de mim de entrar exclusivamente no mérito político, houveram algumas gestões municipais de Rio Verde que deixaram um pouco de lado a riqueza cultural de nossa cidade, diminuindo assim a diversidade da oferta de “circo” a nossos cidadãos.
De poucos anos para cá, porém, uma iniciativa vinda da própria Fundação Municipal de Cultura começou a abraçar alguns atores da cidade, ocasião em que se formava o grupo Arar’Arte. Com os ensaios e os investimentos recebidos pelo grupo, o reconhecimento começa a chegar. Em uma conversa descontraída com o diretor Pedru Maia, que está a frente do grupo atualmente, em 2018 os atuais componentes do grupo iniciaram suas formações como atores.
“Casou que eu retornei para Rio Verde no final de 2018, recebi o convite e comecei a dirigir o grupo no começo de 2019, aí montamos nosso primeiro espetáculo, Vila das Abóboras. Levou um tempo até preparar os atores, que ainda não eram atores, enquanto isso escrevia o espetáculo com argumento do Isaac Pires (Presidente da Fundação). Estreamos e em dezembro já participamos de um festival estadual, no qual nós ganhamos várias premiações com o espetáculo”, contou Pedru.
A trajetória que estava se projetando para ser meteórica e levar o nome da cidade longe, por meio do Teatro, teve um imprevisto imenso: o início da pandemia em 2020. Em meio às dificuldades, não deixaram se abalar e deram um jeito de continuar os trabalhos mesmo à distância. Com o retorno das atividades presenciais, o grupo montou sua apresentação do espetáculo “À Espera de Godot”, de Samuel Beckett, que os levou a seu maior feito até então: a participação no TeNpo (Mostra de Teatro Nacional de Porangatu), ocorrido entre os dias 01 à 04 desse mês, onde brilharam frente a grupos estaduais e nacionais.
No meu breve tempo de vida, acompanhei vários grupos de teatro na cidade que sempre acabavam entrando em hiato e depois encerrando as atividades. Ano que vem teremos eleições municipais e, particularmente, torço para que os eleitos mantenham todo apoio que tem sido dado ao Arar’Arte, afinal, a cultura goiana não se faz apenas com música, mas também com outras artes como o teatro, além do fato de eles levarem o nome de nossa cidade para nichos antes nunca alcançados.
Esse texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.