Apesar de ser conhecido como o mês mais longo do ano, Agosto passou rápido e contou com alguns dias chuvosos. Essa mudança climática ocasionou problemas também para lavouras de milho.

Entenda o porquê.

Durante a colheita da safrinha, alguns grãos e espigas caem no solo, e, com as chuvas, ocorre a germinação. Esse tipo de milho é chamado de milho tiguera ou involuntário. Ele servirá de fonte de alimento na entre safra para uma praga chamada cigarrinha.

Ou seja, as chuvas em épocas não esperadas podem ocasionar problemas na próxima safra, já que essa praga é vetora de doenças conhecidas como enfezamento-pálido e enfezamento-vermelho. A cigarrinha adquire essa doença conhecida como molicute ao se alimentar. Esse micro organismo é aquirido por plantas de milhos doentes. Sendo assim, o milho tiguera garante a sobrevivência da cigarrinha e das doenças que transmite.

Os molicutes se multiplicam no inseto, tornando ele um transmissor de doenças durante toda a sua vida (que geralmente é de 23 a 30 dias, podendo variar devido a temperatura).

Com a possibilidade de cultivo do milho durante o ano inteiro em nossa região, vem ocorrendo a quebra da qualidade de plantio, resultando o aumento de pragas. Em safras recentes, surtos de cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) tem ocorrido em várias regiões.

Estudos apontam que os enfezamentos podem causar redução de até 70% na produtividade em plantas doentes.

Dicas para os produtores rurais

A primeira medida a ser tomada pelos produtores rurais, segundo o agrônomo e professor de Entomologia do curso de Agronomia da Faculdade Objetivo, Me. Estevão Rodrigues, é o monitoramento da lavoura, para que possa identificar qual talhão que apresenta o problema com plantas involuntárias e logo após identificar se está ocorrendo essa praga e quando for realizar a dessecação para a próxima safra, adicionar inseticida para a praga.

É importante também evitar deixar grãos e espigas remanescentes, eliminar o milho tiguera na área de plantio antes da próxima semeadura.