sexta-feira, 30 de maio de 2025
Fotos: André Saddi
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi incisivo ao denunciar o avanço das facções criminosas no Brasil durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28). Para ele, o crescimento dessas organizações é resultado de “complacência e conivência” por parte das autoridades.
Durante sua fala, Caiado criticou a centralização das políticas de segurança pelo governo federal e a proposta do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que, segundo ele, compromete a eficácia das ações nos estados. A audiência discutiu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/25, conhecida como PEC da Segurança Pública.
“Não podemos tratar faccionado como crime comum. Isso é ausência de Estado”, afirmou o governador.
Críticas à atuação federal
Caiado apontou falhas federais no combate aos crimes de fronteira, contrabando de armas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele destacou que o presidente da República deveria focar em controlar as forças federais sob sua tutela, em vez de interferir na autonomia dos estados.
“O presidente precisava comandar suas forças e cuidar dos crimes que lhe cabem. Não é interferir na prerrogativa constitucional dos governadores”, pontuou.
O governador alertou ainda para a crescente presença do crime organizado em setores da economia, como transporte urbano, imóveis e postos de combustíveis, especialmente nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará.
“Hoje, o crime organizado tem interlocutores na economia brasileira. É um nível de ousadia que exige resposta firme”, destacou.
Defesa da autonomia estadual
Ao defender a autonomia dos estados na condução das ações policiais, Caiado citou a experiência bem-sucedida de sua gestão em Goiás. Desde 2019, segundo ele, o estado tem registrado quedas significativas nos índices de criminalidade:
“Ou o bandido muda de profissão ou muda de estado. A polícia goiana mostra resultado”, afirmou Caiado, completando: “O povo voltou a respirar liberdade em Goiás”.
Apoio e repercussão
O governador do Pará, Helder Barbalho, também participou da audiência e endossou a fala de Caiado:
“O Brasil precisa se unir contra o crime organizado. Isso é urgente”, afirmou Barbalho.
A deputada Caroline de Toni (SC) parabenizou Caiado pela postura firme e defendeu a rejeição da PEC, que, segundo ela, fere o pacto federativo. Já o deputado Pedro Aihara (MG) ressaltou que o foco deve ser no fortalecimento das estruturas de segurança existentes nos estados.
O debate foi solicitado pelo deputado Mendonça Filho (PE), relator da PEC, que considerou fundamental a participação dos governadores.
“Têm uma visão profunda sobre os impactos da violência. São vozes que não podem ser ignoradas”, concluiu o parlamentar.
Com informações de Agência Cora de Notícias.
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