quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
É inegável que os tradicionais fogos de artifícios que são estourados nas festas de virada de ano mundo a fora, são bonitos e trazem um charme as comemorações, porém, não são adequados em todos os lugares, principalmente em pontos urbanos que existem presenças de cachorros. "Devido a audição mais aguçada que a nossa, os estouros causam um grande desconforto, podendo ser muito estressante e as vezes até apavorante para os cães.", afirma a Terapeuta Canina, Virgínia Guimarães.
Dona Aparecida Faria nos relata como são os momentos de pânico de seus mascotes. "Quando eles escutam os barulhos dos estouros ficam tão desesperados e se o portão da casa estiver aberto, eles saem para a rua, correndo perigos de se machucarem. Quando estou em casa no momento das explosões, preciso colocá-los para dentro e ficar os acalentando para acalmá-los.", desabafou.
— Jornal Somos (@JornalSomos) December 30, 2019
Há pouco mais de um ano, Gabryelle Mc'kartney convive com a saudade de seu cãozinho, que fugiu de casa após estouros de foguetes em um dia de jogo da Seleção Brasileira. "Lembro que era Copa do Mundo, segundo dia de jogo do Brasil, quando meu cachorro fugiu de casa transtornado com os fogos. Ele já tinha seus 12 anos de idade e sofria com crises epiléticas quando escutava estouros, entrando em crise, se debatendo, e isso quando não desmaiava ou se machucava tentando se esconder dos barulhos estrondosos. Anunciamos, fizemos publicações, ficamos até tarde da noite o procurando pelas ruas, mas não encontramos o “Muleque”, como chamávamos ele.", lamenta Gabryelle.
— Jornal Somos (@JornalSomos) December 30, 2019
Pensando em orientar e conscientizar a população, a Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB/GO lançou uma campanha para que as pessoas deixem de comemorar com fogos e também que possam proteger seus animais quando não houver essa escolha. “O ideal é que os fogos de artifício com estampido sejam proibidos por lei, como já foi feito em diversas cidades do mundo. Não só os animais, mas crianças, idosos e portadores de doenças mentais, também sofrem com o barulho dos fogos”, afirma Pauliane Rodrigues, presidente da Comissão Especial de Proteção e Defesa Animal.
No Brasil, alguns municípios já adotaram o uso de fogos sem barulho, como Volta Redonda, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Bauru, Poços de Caldas, Campos do Jordão, Ubatuba e Ilhabela. Uma ideia legislativa de tornar lei federal a proibição de fogos com estampido conseguiu 53.361 apoios em abril deste ano, pelo Portal e-Cidadania e se tornou assim, uma sugestão legislativa que já está tramitando na Comissão de Direitos Humanos (CDH), para ser debatida pelos senadores.
Enquanto a sugestão da OAB/GO não se torna uma lei, a Terapeuta Canina, Virgínia Guimarães, reforça que é possível adestrar o mascote para dessensibiliza-lo quanto aos ruídos. "É um procedimento indicado quando ainda filhote, mas também é possível trabalhar com um cão adulto, porém, é mais demorado o resultado não fica tão bom quanto ao do filhote.", afirmou.
A técnica é associar o incomodo com algo bom, como mostramos no vídeo abaixo, em que um filhote de Rottweiler se alimenta enquanto o treinador profissional solta pequenos estalos, começando longe do animal e se aproximando aos poucos, até o cão se sentir confortável com esse tipo de situação. Com o tempo, vai elevando o nível, com estalos mais fortes, até chegar aos tiros e foguetes de festa. Vale lembrar ainda, que até um cachorro adestrado se assusta com os estouros de fogos, mas coma dessensibilização é possível ter uma reação menos intensa.", concluiu a terapeuta.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.