quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Em entrevista exclusiva ao JORNAL SOMOS, o diretor da 6ª Regional do Sudoeste da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Vildebal Alves Júnior falou sobre os cursos profissionalizantes oferecidos para reeducandos e servidores da unidade.
Segundo ele, o programa inscreveu 59 presos no município de Rio Verde.
“Foi inaugurada hoje a escola da penitenciária. Nela, 21 presos inscritos farão um curso que está sendo disponibilizado nesta plataforma, o de agora é o administrativo. A CPP de Rio Verde estava com 10 presidiários fazendo o curso, hoje, estão em 20. Alguns deles já cursaram informática básica, informática avançada, e agora estão cursando auxiliar administrativo e o curso de solda MIG. O semiaberto de Rio Verde também está iniciando agora o de assistente administrativo. Ou seja, no total das três unidades, CPP, semiaberto e CIS são 59 encarcerados fazendo os cursos”.
Sobre como cada preso é destinado para os cursos, Vildebal explica que existem alguns critérios.
“A Primeira questão analisada é a da segurança. Posteriormente, aptidão, e o mais importante, a vontade de aprender. A partir do momento que o detento tem vontade de aprender, ele cursará vislumbrando a progressão de regime e trabalhar naquela área na sociedade. Ou seja, os presos são selecionados de acordo com o critério de segurança dentro da própria unidade e também a questão da aptidão, porque geralmente aqueles que têm aptidão buscam mudar de vida, reingressar na sociedade com outra perspectiva sem estar cometendo delitos”.
Segundo Vildebal, os cursos estão sendo oferecidos em todas as unidades de Rio Verde, cada unidade recebeu os equipamentos para o estudo. “As escolas estão sendo em cada unidade, na CPP, no semiaberto e na penitenciária. A CPP tem quatro máquinas, o semiaberto com três e penitenciária com três máquinas também disponíveis para os cursos. Os cursos são de 2 horas por semana. Com as duas horas semanais, o curso pode durar até 6 meses, caso faça mais de duas horas por semana, pode terminar antes.
Vildebal explicou o que é feito para o reeducando após o término de cada curso.
“Depois de terminado o curso, o detento recebe o certificado da Faculdade FAN Padrão, depois, fazemos uma reunião no judiciário. A própria lei de execução penal prevê a remissão e, em reunião com o Dr. Adriano que é um dos parceiros, juntamente com o Bispo Emanuel Gonzales, da igreja Universal, a diretoria da faculdade FAN Padrão e do nosso diretor geral Tenente Coronel Wellington Urzêda e o Superintendente de Reintegração Social e Cidadania, Leandro Ezequiel, tivemos o aval da possibilidade de colocar nessa plataforma da Faculdade Fan Padrão a biblioteca virtual, onde poderão escolher livros. Hoje, na penitenciária de Rio Verde, existe a biblioteca física. A secretaria da cultura faz a análise da resenha elaborada pelo detento, atribui uma nota para ver se realmente o preso leu o livro e se está de acordo com o que o livro fala, e é encaminhado para o poder judiciário como forma de remissão também”.
Por fim, Vildebal expõe sua visão sobre os cursos e afirma ampliar para as outras unidades da região. “Eu vejo o curso como essencial, em toda 6ª regional será implementado, em Acreúna, em Santa Helena, Cachoeira Alta, São Simão, Paranaiguara, Mineiros, Serranópolis e em Jataí. A nossa intenção é trabalhar a ressocialização, para que o reeducando tenha perspectivas de mudança de vida, que busque aprender com os cursos, a sair, elaborar, e viver de maneira digna juntamente com sua família, lembrando o que passou no cárcere, mas lá foi a mudança que pudesse ocorrer em sua vida”.
Sobre a produção de chinelos na unidade prisional pelos detentos, ele complementou. “Estamos querendo implementar em outras unidades a fábrica de chinelos também, inclusive estamos com projetos em andamento”.
Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada, da cidade de Rio Verde e região.