quinta-feira, 21 de novembro de 2024
A alta taxa de abstenção em Tocantins nos faz refletir sobre a eficiência da obrigatoriedade no voto
Redação Jornal Somos
Fomos surpreendidos pela alta taxa de abstenção nas urnas nessa semana, nas eleição suplementar_ para Governador de Tocantins nesse domingo último (24/06). Foram 355.032 eleitores que não compareceram as urnas, além de 17.206 votos brancos e 155.627 nulos, representando 51,57% do público votante do Estado. Poderíamos tentar atribuir esse fato a ser eleição fora da época, o que acaba não se justificando uma vez que nas eleições tradicionais há uma constante queda nas taxas de votos válidos eleição a eleição.
No Brasil não há um debate sério sobre a importância da política na vida da população, o que consequentemente aumenta o desinteresse pelo tema, cabendo como última alternativa obrigar o eleitor a votar, caso contrário provavelmente a abstenção seria muito maior. Nas eleições para Prefeito de Rio Verde, dos 117.578 eleitores, houve uma taxa de 17,31% de votos brancos, nulos e eleitores que não compareceram. Considerado pouco, uma vez que representa 20 mil eleitores rioverdenses.
Comparando com dados dos Estados Unidos, onde o voto é facultativo, apenas 52,18% dos eleitores compareceram para as eleições presidenciais. Esse dado pode mostrar que talvez a obrigatoriedade do voto não seja a saída para o interesse popular com a política. A multa aplicada no Brasil para quem se abstém é tão pequena que sair de casa para pegar uma fila e votar parece mais caro.
Outro exemplo de política eleitoral, no Uruguai, onde o voto passou de facultativo a obrigatório na década de 70, vimos um aumento de 20% na quantidade de eleitores que realmente compareceram às urnas, atingindo o recorde de comparecimento nas últimas eleições (ano?) , com aproximadamente 98% de comparecimento.
Voltando as últimas eleições dos Estados Unidos, a abstenção pode inclusive mudar resultados de pleitos, como na última eleição presidencial em que Hillary Clinton aparecia a frente de Donald Trump nas pesquisas de intenção de voto mas acabou perdendo, talvez pela falta de engajamento de seus pretensos eleitores que não compareceram, dando a Trump a principal cadeira americana.
Podemos esperar isso no Brasil esse ano, já que não há debate aprofundado sobre a importância da política em nossa vida, gerando apatia e inconformidade de muitos brasileiros. O número de votos brancos e nulos também deverá ser alto pelas mesmas razões apresentadas.
A importância do voto não é apenas estatística, mas é o dever de cada cidadão escolher o seu candidato e defender seus valores, já que é por meio das eleições que podemos definir qual vai ser o futuro do país. Não adianta reclamar sobre a situação atual durante o ano inteiro para faltar nas eleições no fim. Por isso, se engaje, pesquise, defina o seu correto e lute por isso, os próximos quatro anos só dependem de você.
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