quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Rio Verde

A corrente de solidariedade dos rio-verdenses em meio à pandemia

POR Ana Carolina Morais | 12/04/2020
A corrente de solidariedade dos rio-verdenses em meio à pandemia

Redação Jornal Somos

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O novo coronavírus não trouxe apenas problemas de saúde, mas também na economia, estabelecendo crises em diversas áreas, prejudicando milhares de pessoas. E em meio aos momentos de tensões causados pela pandemia, uma forte corrente de solidariedade está, felizmente, se espalhando por vários locais, inclusive entre os morados de Rio Verde.

 

 

Ciente da maior ameaça que o grupo de risco sofre com o vírus, o Edson Mauro, empresário da cidade, publicou em seu Facebook um post se disponibilizando a ir ao mercado fazer compras para estas pessoas que devem tentar evitar, ao máximo, sair de casa. Ele conta que se inspirou na atitude de uma amiga, que se disponibilizou, primeiramente, a auxiliar aqueles que tanto precisam neste momento.

 

 

Apesar da sensação de incerteza devido ao momento, o empresário conta que está surpreso com o resultado de sua boa ação, devido a quantidade de reações positivas, que está propagando o sentimento de ajuda ao próximo. “Muitos gostaram da ideia e estão replicando isso”, afirma.

 

 

 

 

Outra ação de solidariedade que se espalhou por Rio Verde foram os mercados populares. A moradora Tallita Sanqueta também se inspirou em atitudes semelhantes de outras pessoas, mas sua motivação principal foi a vontade de ajudar aqueles que irão ficar sem sua renda. “Eu vi um senhor fazendo na porta da casa dele (o mercado popular) e pensei ‘isso eu consigo fazer aqui na porta da minha casa’”, conta.

 

 

Mãe de 4 crianças e com os avós, mãe e marido pertencentes ao grupo de risco, Tallita, assim como grande parte da população, também está com medo. Entretanto, ela afirma perceber que muitos possuem mais receio das dificuldades acarretadas pela Covid-19 do que do vírus em si. “Acho que as pessoas estão com mais medo de passar fome, porque não tem apoio nenhum do governo, do que de morrer. Só que pra mim a morte é muito pior que a fome, porque a fome a gente se vira, a gente pede, a gente se ajuda... pra morte não tem jeito”.

 

 

Na mesma medida em que está recebendo a colaboração de quem pode, a ação da Tallita está ajudando muito a quem precisa. “Graças a Deus ainda existem pessoas boas! Muitos já vieram, trouxeram doações... pessoas de várias partes da cidade, longe, vieram só pra trazer. As pessoas que pegaram são quem realmente precisam, famílias com crianças... elas chegam, pegam (os donativos), no outro dia voltam pra ver se tem mais porque realmente estão precisando”, diz.

 

 

 

 

Além das atitudes dos cidadãos comuns, organizações voluntárias da cidade que já agiam em favor de grupos carentes estão trabalhando ainda mais desde que o isolamento social pelo coronavírus foi instaurado. Um exemplo é o coletivo RV Invisível, que desde 2016 busca amenizar as injustiças sociais por meio do contato direto com pessoas em situação de rua, dependentes de álcool e drogas, famílias carentes e pessoas com ocupações empregatícias desprovidas de status social.

 

 

Pensando nestas pessoas, o coletivo iniciou a “Campanha de Proteção Covid-19”, onde além de organizarem kits com álcool em gel e sabonete líquido, também estão distribuindo marmitas de comida – tudo sempre muito bem higienizado e seguindo, claro, as indicações dos órgãos de saúde. “Sentimos que eles estão mais desprotegidos do que antes. Não têm acesso a informação, não recebem atenção sanitária, em um caso mais grave na cidade, eles seriam os últimos a serem lembrados. Queremos lembrar deles sempre”, conta Vitória Purcena, responsável pelo projeto.

 

 

Inicialmente, o foco da campanha são os moradores em situação de rua, mas a depender da quantidade de doações que o coletivo receber, a pretensão é que a ação se estenda também às famílias carentes. “A gente precisa contar com a população que tem um pouco mais de condição, nesse momento, de olhar pro irmão que tá ali do lado, que é uma pessoa. (...) A gente tá fazendo o que pode, o que acredita, tentando trazer um pouco de justiça dentro desse cenário social e fazendo a nossa parte no que nos cabe”, declara.

 

 

 

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