quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Segundo um estudo publicado na revista científica PNAS, conduzido por cientistas da Universidade de Yale e da Carolina do Norte. As vacinas contra o Covid-19 desencadeiam períodos de imunidade diferentes, e as que utilizam do RNA mensageiro (mRNA), são as que protegem por mais tempo.
O intuito da pesquisa era estimar a probabilidade futura de infecções por SARS-Cov-2 entre quem já contraiu o vírus e quem tomou os imunizantes da Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen. Foram utilizados dados de outros dez estudos feitos anteriormente que avaliaram a resposta induzida pelos imunizantes e pela exposição ao vírus e compararam o nível de anticorpo IgG anti-S ao longo do tempo.
A pesquisa concluiu que a média de tempo para infecção com doses da Moderna e da Pfizer é de 29,6 meses, já a da AstraZeneca e Janssen é de 22,4 e 20,5 meses, respectivamente. No caso da infecção natural, a média é de 21,5 meses.
Com esses dados, os pesquisadores conseguem sugerir uma previsão para que a dose de reforço seja tomada, para não permitir mais que 5% de probabilidade de infecção futura como consequência do declínio da imunidade. Para vacinados com imunizantes da Pfizer e da Moderna é sugerido 1 ano para tomar a primeira dose de reforço, já para quem foi completamente vacinado com os imunizantes da AstraZeneca e Jenssen é sugerido cinco meses e 4,5 meses, respectivamente.
Segundo o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, professor na Unesp e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o estudo contribui com informações importantes como o pico e a duração da imunidade ser maior com vacinas de mRNA do que com infecção natural, contrariando a ideia que é melhor se expor ao vírus. “Isso, porém, não inviabiliza os imunizantes de vetor viral porque eles conferem anticorpos e reduzem as chances de hospitalização e óbito”, ressalta o professor.
Porém esse estudo não considerou as células T, que são imprescindíveis nas respostas antivirais. “Os anticorpos impedem cargas virais mais altas, mas o que protege mesmo são as células T. É comum as pesquisas analisarem apenas anticorpos porque é mais fácil medi-los, mas essa não é toda a história, não podemos nos basear apenas neles”, diz Cristina Bonorino professora da UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) e integrante do comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia. A professora acredita que o ideal seria cruzar dados de anticorpos, células T, número de casos e variantes e que ainda não há um modelo matemático para essa análise, e que o problema no Brasil seria a falta de dados claros do Ministério da Saúde.
Foi por não conseguirem encontrar dados suficientes que os pesquisadores não incluíram a CoronaVac em sua análise, porém Jeffrey Townsend, professor na Escola de Saúde Pública de Yale e autor principal do artigo, acredita que as durabilidades relativas encontradas na pesquisa parecem corresponder às eficácias relativas apontadas nos ensaios clínicos, então seria possível especular que o tempo de proteção da CoronaVac estaria abaixo de AstraZeneca e Janssen.
Porém, mais do que administrar doses de reforços, a professora Cristina Bonorino enfatiza sobre a importância da vacinação das crianças no Brasil “Elas ficaram sem escola, sem vacina e voltaram às aulas sem imunização, sujeitas a complicações e Covid longa. As crianças são o grupo mais negligenciado na pandemia”.
Fontes: Mais Goiás
*Matéria produzida voluntariamente por Eduarda Lima e supervisionada pela redação do Jornal Somos
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