A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) alertou sobre as consequências da pandemia de Covid-19 às crianças. Segundo o órgão, as situações causadas pelo atual momento, como a suspensão de aulas presenciais, a pobreza crescente, a depressão e os casamentos forçados, resultam em uma ameaça para toda uma geração, uma vez que os indicadores que medem o desenvolvimento infantil e adolescente estão recuando e demonstrando atraso.

"Aumentou o número de crianças com fome, isoladas, abusadas, ansiosas, que vivem na pobreza e são forçadas a se casar. O acesso à educação, socialização e serviços essenciais, incluindo saúde, nutrição e proteção diminuiu. Os sinais de que as crianças carregarão as cicatrizes da pandemia nos próximos anos são inconfundíveis”, revelou Henrietta Fore, diretora executiva da Unicef em uma nota que foi divulgada no aniversário de um ano de quando a pandemia foi declara pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Devido a estes efeitos, o conselho da Unicef solicitou que as crianças sejam inseridas “no centro dos esforços de recuperação”, em especial, “priorizando escolas nos planos de reabertura”. As escolas estão fechadas há quase um ano para 168 milhões de alunos ao redor do mundo, onde um terço deles não possuem acesso à educação online.

O fechamento das escolas e a constante piora da situação econômica global, além do atraso no desenvolvimento infantil, ainda pode levar 10 milhões de crianças ao casamento até o ano de 2030, valor que será somando às 100 milhões de meninas já são consideradas em risco de casamento até o então.

Outra consequência levantada pela Unicef são as debilitações emocionais. Segundo o órgão, ao menos uma em cada sete crianças ou adolescentes passou a maior parte do último ano em situação de confinamento, o que aumenta a ansiedade, a depressão e o isolamento.

A pandemia também está aumentando as ameaças à saúde das crianças, uma vez que em 26 países as campanhas de vacinação contra outras doenças, como o sarampo, foram suspensas, deixando em risco os não imunizados.

Em relação à Covid-19, apesar da doença atingir principalmente adultos mais velhos, as crianças e adolescentes abaixo de 20 anos correspondem à 13% dos 71 milhões de casos de infecção pelo vírus que foram relatados nos 107 países que forneceram dados específicos relativos à idade.

(Com informações do G1)