Nesta segunda-feira (02), em anúncio realizado em seu perfil no Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que os EUA irão impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio procedentes de Brasil e Argentina. Segundo o presidente americano o Brasil e a Argentina desvalorizaram fortemente suas moedas, o que não é bom para seus agricultores. “Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”.

Trump pediu também que o Federal Reserve (banco central dos EUA) impeça que países tomem vantagem de um dólar mais forte, desvalorizando suas moedas. Em resposta à atitude de Trump, Bolsonaro afirmou hoje (02) que, se necessário, irá telefonar para o presidente estadunidense para encontrar uma solução para a ameaça de retomada das tarifas de importação sobre aço e alumínio do Brasil e da Argentina.

Bolsonaro disse na entrada do Palácio da Alvorada que tratará o assunto na tarde desta segunda com Paulo Guedes, ministro da economia e ressaltou que tem “canal aberto” com Trump.

 “Eu vou conversar com o Paulo Guedes. Se for o caso, ligo para o Trump. Eu tenho um canal aberto com ele”, disse. “Eu converso com o Paulo Guedes e depois dou a resposta. Para não ter que recuar”, afirmou Bolsonaro.

A cotação do dólar no mês passado teve alta de quase 6%, atingindo pelo terceiro recorde seguido o valor de R$ 4,2580 na quarta-feira (27).

A alta do câmbio é justificada pela saída de dólares do país, a frustração com o leilão do pré-sal e a fala de Paulo Guedes em um evento em Washington, onde afirmou que o país deveria se acostumar com o elevado patamar do câmbio e que, neste cenário, as indústrias devem vender mais para fora.

Em março do ano passado, Donald Trump estabeleceu tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados ao país, um dos maiores compradores mundiais desses insumos. O governo brasileiro disse na época que as tarifas estabelecidas eram injustificadas, mas que permanecia aberto para encontrar solução.

No entanto em agosto de 2018, o governo de Trump voltou atrás e anunciou alívio nas cotas de importação acima dos percentuais livres de sobretaxas.