quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Nessa década, a forma de ouvir música foi totalmente mudada por plataformas de streaming como o Spotify, Apple Music e até mesmo o Youtube. A busca de novos artistas ou novos álbuns de artistas que você gosta, processo que demoraria o tempo de ir até a loja de discos mais próximas e possivelmente teria que encomendar algum álbum para o simpático atendente, agora é realizada com apenas 3 toques e a digitação do nome de algum artista ou a entrada em alguma famosa playlist já feita.
Enquanto a mágica de comprar um disco de vinil ou CD, observar o encarte e apreciar cada faixa vem sendo esvanecida, a diversidade de artistas e a facilidade de ser conhecido ou ouvido do outro lado do mundo é bem maior atualmente. Todos conseguem gravar uma demo e publicar em plataformas gratuitas que atingem todo o globo, como o Soundcloud, e se tornar famoso após isso, assinando com uma gravadora intercontinental.
Um exemplo da facilidade citada acima é a cantora Billie Eilish, que aos 14 anos lançou Ocean Eyes, uma balada com influência de dança contemporânea produzida pelo seu próprio irmão Finneas O'Connell (18 anos na época) em seu quarto. Logo a música ganhou uma enorme repercussão nas redes sociais, se tornando tema de séries e até mesmo Vines (vídeos de 6 segundos) virais e ela assinou um contrato com a Interscope Records, gravadora de monstros como Madonna, Lady Gaga e Lana Del Rey, ídolos da jovem.
Agora, com 16 anos, já lançou o seu EP de estreia que foi muito aclamado, fará turnê com Florence + The Machine e está com uma nova turnê solo totalmente vendida e agora prepara o seu primeiro álbum de estúdio, com duas faixas já lançadas: you should see me in a crown e lovely, essa última com a parceria do Khalid, outro cantor que se tornou um fenômeno virtual com apenas 18 anos.
Apesar de democratizar a música, como dito anteriormente, as plataformas estão matando a venda de música. Numa pesquisa realizada pelo Nielsen Music, a venda de CDs e venda digitais caíram 19,9% e 19,5%, respectivamente. O único setor que apresentou aumento na venda foi o de discos de vinil, aumentando cerca de 3%, com 10 milhões de unidades vendidas só nos Estados Unidos.
O principal motivo é que a venda de CDs e discos digitais são geralmente para os que só desejam escutar a música e vem transitando entre artistas e músicas instantaneamente nos aplicativos. Quem deseja qualidade maior e apreciar peças grandes com encartes e capas de álbum em tamanho ampliado, compra e coleciona vinis, além de entrar na moda Cult, que visa um retorno ao passado, o famigerado "vintage".
Charli XCX, artista britânica já entendeu e faz isso. Atualmente lançando músicas mensalmente nas plataformas de streaming, ela lançou duas mixtapes no ano passado e recentemente, após 1 ano do lançamento do primeiro material, começou a vender um vinil duplo com as duas peças feitas juntas, vendidas mundialmente. Claro que os fãs foram a loucura. Vendido totalmente em 48 horas, agora quem comprou ostenta o seu disco nas redes sociais, enquanto outros apenas esperam por um relançamento. O último CD físico lançado pela artista foi Sucker, que já possui 3 anos de lançado e ainda pode ser encontrado em várias lojas.
O mercado fonográfico está sendo revolucionado, dividindo algo que era atual há 10 anos como o CD em dois novos mercados: o futurista, streaming e o passado, disco de vinil.
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