Sean “Diddy” Combs foi sentenciado nesta sexta-feira (3) a 50 meses de prisão, o equivalente a quatro anos e dois meses, por duas acusações ligadas ao transporte de mulheres para a prostituição. Além da pena de prisão, o juiz Arun Subramanian impôs uma multa de US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,6 milhões), o valor máximo permitido pela legislação. A audiência, realizada em Nova York, foi acompanhada em tempo real pelo New York Times.

Embora as acusações permitissem até 20 anos de encarceramento, a sentença ficou abaixo do pedido da promotoria, que solicitava uma pena de pelo menos 11 anos. Durante a leitura da decisão, o juiz reconheceu o legado do artista, mas enfatizou que as evidências apresentadas mostravam crimes graves. "Você foi um artista que se fez por conta própria, alguém que elevou comunidades e se dedicou à família", afirmou Subramanian. "Mas um histórico de boas obras não pode apagar o registro neste caso, que mostra que você abusou do poder e do controle sobre a vida de mulheres que você professou amar."

O juiz também destacou que os crimes causaram danos irreparáveis a duas mulheres e que uma pena significativa era necessária para enviar uma mensagem clara contra a exploração e violência contra as mulheres. A audiência foi marcada por momentos emocionantes, com os seis filhos adultos de Combs presentes, pedindo clemência entre lágrimas. Além disso, um vídeo de 11 minutos, exibido no tribunal, retratou o rapper como filantropo e líder comunitário.

No entanto, o juiz lembrou que, apesar de Combs ter pedido desculpas a Cassie Ventura, ex-namorada que o acusou de agressões, o rapper voltou a cometer crimes violentos contra outra companheira, identificada como “Jane”. “O tribunal não tem certeza de que, se ele for solto, esses crimes não serão cometidos novamente”, afirmou o magistrado.

Foi a primeira vez que Combs se pronunciou desde o início do processo. Em lágrimas, o músico descreveu sua conduta como “repugnante, vergonhosa e doentia”. Ele pediu desculpas diretamente a Ventura e a Jane. “Não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo”, declarou. Voltando-se para sua família, ele afirmou: “Vocês mereciam algo melhor. Por causa das minhas decisões, perdi minha liberdade, perdi a oportunidade de criar meus filhos com eficiência, perdi meus negócios, minha carreira, e destruí totalmente minha reputação.”

Combs estava preso desde setembro de 2024, quando foi acusado e preso após investigações relacionadas a essas denúncias. O rapper foi condenado em julho de 2025 por duas violações da Lei Mann, relacionadas ao transporte de mulheres para prostituição, mas foi absolvido de acusações mais graves, como conspiração para extorsão e tráfico sexual.

O caso de Combs ganhou notoriedade em 2023, quando sua ex-namorada, Cassie Ventura, o acusou de agressões físicas e estupro em festas marcadas por drogas e sexo. Embora o processo tenha sido retirado após um acordo, novas acusações surgiram, levando a investigações e buscas em propriedades do músico, culminando na prisão e julgamento.

Com informações de O Globo.