quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
O funeral da cantora Aretha Franklin ocorreu na última sexta-feira de agosto (31) e contou com a performance de grandes nomes da música, entre eles Ariana Grande. A cerimônia foi ministrada pelo bispo Charles Ellis III e a sua conduta deu o que falar por motivos vergonhosos.
Durante o evento, o religioso tocou Ariana de forma inapropriada e ela ficou claramente desconfortável. Os fãs da cantora que acompanhavam o acontecido pela internet o acusaram de assédio e lançaram a hashtag #RespectAriana, que ficou entre as mais comentadas nos últimos dias.
Após a repercussão, o bispo pediu desculpas à cantora, sua família e fãs através da imprensa, e disse que a sua intenção não era constrangê-la. Ariana ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Esse caso é um dos milhões de outros assédios que acontecem em todo o mundo, todos os dias. Assim, percebe-se que as mulheres não estão seguras e livres da violência em situação alguma, com pessoa alguma. A normalização dessas situações é o que leva a outras mais graves, como o estupro e o feminicídio.
Contudo, diversas abordagens da mídia tratavam o acontecido com desdém e outras até culpavam a cantora. Por quê?
Sete em cada dez mulheres já foram ou serão violentadas em algum momento de suas vidas, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Nos Estados Unidos, os dados obtidos pelo Instituto de Pesquisa da Universidade Quinnipiac mostram que 60% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio sexual. Como o que aconteceu com Ariana.
O Brasil segue sendo um dos países mais violentos para as mulheres. Um levantamento feito pelo G1 aponta que a cada duas horas, uma mulher é assassinada no Brasil.
Desde a antiguidade, esses comportamentos são usados para reafirmar a ideia de que o homem tem poder sobre a mulher. Isso está em pesquisas antropológicas sobre os primeiros grupos sociais, e até em passagens bíblicas.
A reprodução dessas ideias e atitudes pela sociedade é o que fundamenta as agressões diversas como inevitáveis ou, muitas vezes, provocadas pela vítima. Todos nós constrangemos Ariana e falhamos em protegê-la. Assim como falhamos constantemente, com todas as outras mulheres que sofrem com a violência de gênero.
A única forma de acabar com essa situação lamentável é derrubar todas as construções sociais que diminuem a mulher. Exercer a empatia e ensinar a igualdade. Apontar e denunciar todas as situações de cunho sexista. Não se calar e principamente, para quem está de fora, não compactuar. O respeito é um direito humano básico. É absurdo que alguém tenha que lutar por ele.
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