terça-feira, 09 de setembro de 2025
Foto: Metropoles
Nesta semana, o Brasil vive um momento histórico: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete aliados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Acusados de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e outros crimes graves, os réus enfrentam penas que podem chegar a 43 anos de prisão.
O relator Alexandre de Moraes abriu os votos, e o país aguarda a decisão dos demais ministros com expectativa e tensão.
Mas o que parece inédito no cenário nacional é, na verdade, parte de uma tendência global. Mais de 70 ex-chefes de Estado já foram condenados por crimes diversos em seus países. De corrupção à violação dos direitos humanos, o mundo tem mostrado que o poder não é sinônimo de impunidade.
Veja alguns exemplos:
O julgamento de Bolsonaro, portanto, insere o Brasil num debate internacional sobre responsabilidade política e justiça. A diferença, neste caso, é o foro: enquanto a maioria dos líderes mundiais foi julgada por tribunais comuns, Bolsonaro é julgado diretamente pelo STF, sem possibilidade de recorrer a instâncias inferiores.
A pergunta que paira é: o Brasil está finalmente amadurecendo sua democracia ao responsabilizar seus líderes, ou estamos diante de um processo politizado que pode aprofundar divisões?
Independentemente da resposta, o que está em jogo é mais do que o destino de um ex-presidente. É a reafirmação — ou o enfraquecimento — do Estado Democrático de Direito. E o mundo está assistindo.
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Jornal Somos.