quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Nesta quinta-feira (20/10), com apenas 45 dias de governo, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou o cargo, sem tornando a terceira líder do Reino Unido consecutiva a renunciar antes da hora, e a que ficou menos tempo no cargo na história do país.
Liz Truss substituiu Boris Johnson no comando do país, porém já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar devido a um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido.
No plano era previsto um corte amplo e severo de impostos e, em paralelo, um empréstimo bilionário para cobrir o rombo nas contas públicas. O país recebeu muito mal a proposto, em um momento em que a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10%, sendo a maior taxa nos últimos 40 anos.
A ex-primeira-ministra, em pronunciamento na porta de Downing Street, sede do governo do Reino Unido em Londres, acompanhada de seu marido, disse já ter informado sua renúncia ao rei Charles III.
O governo do Reino Unido, havia negado mais cedo que Truss deixaria o governo antes da data de implementação do plano, 31 de outubro, e o porta-voz da premiê reafirmou que ela cumpriria seu mandato.
No entanto, ao longo da semana, a fila de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que pedem a saída da atual líder, aumentou. A imprensa britânica aponta que metade dos membros do Partido Conservador, apoiam a renúncia.
Na última semana, a nova líder perdeu dois ministros: o de Finanças, responsável pelo plano polêmico, e a do Interior, Suella Braverman, que renunciou na última quarta-feira (19). Essa saída de Braverman, considerada a mais linha dura do governo de Truss, acelerou e aprofundou a crise.
"A primeira-ministra perdeu o controle do governo e a confiança dos parlamentares conservadores. Para o bem do país, ela precisa se demitir", declarou o deputado Steve Double, do próprio partido de Truss.
A entrada de Liz Truss, também foi turbulenta. Truss substituiu Boris Johnson, que renunciou após uma série de escândalos envolvendo sua participação em festas privadas durante o lockdown do Reino Unido e a denúncia de abuso sexual por parte de dois alto cargos de seu governo.
Truss foi eleita para substituir Johnson, após uma disputada eleição interna.
No entanto, apenas três dias depois, a rainha Elizabeth II morreu, e o Reino Unido entrou em um longo período de luto e cerimônias de despedida que adiaram o início dos trabalhos do governo de Truss.
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