terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Redação Jornal Somos
A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo e no último sábado os ataques de drones a duas das principais instalações petrolíferas acirraram a tensão na região do Oriente Médio e preocuparam o mercado de petróleo do mundo.
Esse incidente provocou a redução de 5% na produção de petróleo mundial, o que fez o preço do barril disparar no mercado internacional, atingindo a maior alta em uma sessão desde a Guerra do Golfo, em 1991.
O esperado era que os preços do combustível aumentassem no Brasil, entretanto, a Petrobrás que tinha dito que não se manifestaria sobre o preço dos combustíveis, divulgou uma nota por volta das 22h50 da segunda-feira (16), afirmando que não fará reajustes “por enquanto”. A estatal disse, contudo, que “segue com o processo de monitoramento do mercado internacional”. As ações da petroleira, que fecharam o dia com alta acima de 4%, abriram o pregão desta terça-feira (17/9) em queda. Às 10h54, as ordinárias estavam em -2,23% e as preferenciais em -2,17%.
A cotação do petróleo disparou 20% nos mercados internacionais depois dos atentados, que fizeram a produção de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia fosse interrompida na Arábia Saudita. O volume representa 6% do consumo diário do combustível no mundo e 50% da produção local. Na segunda-feira, o barril do tipo Brent chegou a US$ 71,95 no começo da sessão, um avanço de 19,5%, maior alta intradiária desde 1991, durante a Guerra do Golfo. No fechamento, contudo, a valorização ficou em 14,6%, cotado em US$ 69,02.
Se o valor permanecer nesse patamar, segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, o impacto pode ser um aumento de 8% a 10% nos combustíveis derivados do petróleo no Brasil. Porém a Petrobrás optou por esperar, temendo outra greve dos caminhoneiros, avaliou.
A petroleira brasileira tem evitado repassar a volatilidade dos preços internacionais do petróleo para os combustíveis. Do início de agosto até agora, a empresa fez apenas três ajustes no diesel e quatro na gasolina. “O momento é de esperar a poeira baixar, para ver o nível de preço que o barril vai ficar. É preciso avaliar a retomada da Arábia Saudita, o efeito das entradas de estoques dos EUA e de outros países produtores”, disse.
Combustível em Goiás
De acordo com o Sindicato dos Proprietários de Postos de Goiás (Sindiposto) os preços dos combustíveis no estado só terão aumento caso a Petrobrás também eleve os valores.
"O impacto só existirá caso a Petrobras repasse os preços. Como disseram que vão segurar, não deve haver impacto. Mas, caso a Petrobras repasse esse custo, é inevitável que chegue ao consumidor. A perspectiva é de que o impacto seja grande. Sendo assim, nós não teríamos como fugir disso", disse Márcio Andrade, presidente do Sindiposto.
O preço médio da gasolina nos postos de Goiás atualmente, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de R$ 4,48 por litro.Com tanta volatilidade no mercado externo, Márcio Andrade evita prever qual o tamanho de um eventual reajuste nas bombas.
"É difícil fazer uma previsão disso. Depende do que seria impactado pela Petrobras. Pode ser que lá fora o petróleo suba 10%, isso não quer dizer que a Petrobras vai repassar o mesmo percentual. Não há como saber", explicou.
O Sindiposto espera que a Petrobras mantenha a palavra e consiga aguentar a oscilação do valor do barril de petróleo. De acordo com o presidente, um aumento não seria benéfico nem para o consumidor, tampouco para os proprietários de postos.
Aumento do preço do combustível no DF
Apesar de anúncio da Petrobrás dizendo que o preço do combustível não será aumentado, pelo menos por agora, alguns motoristas do Distrito Federal foram surpreendidos nesta terça-feira (17), pelo preço da gasolina que estava cerca de 0,20 centavos mais caro nas bombas, custando entre R$ 4,40 a R$ 4,50.
Acontece que o aumento não tem a ver com a crise internacional da Arábia Saudita, e sim com recomposição de preços, afirma o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF).
Segundo o sindicato, a variação dos preços seria uma saída para repor perdas no valor do combustível ocorridas no fim de agosto e início de setembro, quando a Petrobras reajustou o combustível em 3,5% e 1,3%, respectivamente. “Os postos não repassaram antes porque há disputa de preços. Mas, quando o estoque acaba e é preciso comprar mais combustível, a perda é grande mantendo o preço”.
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