quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Redação Jornal Somos
Na semana passada, em Fountain Hills, no condado de Maricopa, uma mulher de 92 anos de idade matou seu filho de 72 anos, para evitar ser mandada para um asilo. A mãe escondeu duas armas compradas na década de 70 e atirou em seu filho, sua intenção era cometer suicídio também, mas a namorada do filho não permitiu.
Ajuda psicológica
A psicóloga Caroline Josiane Fernandes comentou o caso e explicou como se deve agir com os idosos e qual a maneira mais apropriada de se chegar em um acordo
''É preciso avaliar o caso com cautela, o que acompanhamos hoje são filhos que não aprenderam a cuidar do outro. E o idoso tem uma demanda de cuidados tal qual uma criança, muitas vezes precisam de ajuda para higiene, alimentação, cuidados básicos. A facilidade de colocar o pai ou mãe em um abrigo para idosos facilita a tomada de decisão. No entanto é preciso ressaltar que a saúde mental do idoso, que já sofre com suas próprias limitações, pode ser ainda mais prejudicada com contrariedades, abandono e solidão.
Para filhos que tiveram pais ausentes na infância, se ver na condição de cuidar desse pai será ainda mais conflitante. Os sentimentos podem variar entre frustração, responsabilidade, culpa.
O ideal é ter uma conversa e fazer a vontade do idoso, se ele quer viver em um abrigo ou se prefere ser cuidado pelos filhos, pois, para o pai ou mãe pode ser constrangedora a situação! Os filhos podem dividir responsabilidades, ou mesmo colocar um cuidador a disposição na casa do idoso, dependendo das condições dessa familia. Ressaltando que o mais importante é valorizar o desejo do idoso, buscando condições de satisfazê - lo''.
O neurocirurgião Moíses Heleno Vieira Braga também comentou sobre como os filhos e familiares em geral tem cada vez menos paciência para cuidar dos idosos e como se torna mais fácil deixá - los em abrigos e asilos.
Falta paciência
''As pessoas não tem nenhuma paciência, muito pelo contrário, o número de idosos sendo deixados em casa de abrigo só aumenta, a família tem cada vez menos compromisso com aquele ente e hoje temos vários problemas. A gente vê em questões hospitalares, os idosos não tem acompanhante, então, muitas vezes a gente não sabe se tem filho ou não, porque ninguém trouxe, ninguém solicitou aquele ente, ninguém se identificou como parente, infelizmente a tolerância é cada vez menor''.
Um outro agravante é o aumento da quantidade de idosos no Brasil
'' Além do fator da dificuldade, a população do Brasil cresce esponencialmente, a gente vive hoje um problema ai na política, que é a previdência que a população acima de 62 anos cresce 10 vezes mais que a população de jovens, então a quantidade de idosos multiplica cada vez mais e realmente como fica dicifil, você tem que trabalhar, não da para largar o emprego para se dedicar aquele idoso, a gente vê assim um número de abandonos extremamente elevado'',acrescentou o neurocirurgião.
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